Essa imagem não é um código de barras. É a evolução das temperaturas médias sobre o Brasil, de 1901 até os dias de hoje, mostrando um aquecimento inequívoco e particularmente acelerado nas últimas décadas. Essa forma de visualização dos dados de temperatura em “listras” ou “barras” foi idealizada pelo cientista britânico Ed Hawkins e o padrão de aquecimento aparece para qualquer país ou região do mundo neste site.

As informações são do professor Alexandre Araújo Costa. Bacharel em Física pela Universidade Federal do Ceará (UFC), mestre em Física pela UFC, doutor em Ciências Atmosféricas pela Colorado State University, com pós-doutorado pela Universidade de Yale, foi Gerente do Departamento de Meteorologia e Oceanografia da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e atualmente é professor titular da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Além de integrar o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, milita no grupo Ceará no Clima.

“O Brasil contribui globalmente para o problema principalmente por conta do desmatamento de seus biomas, mas também pelas emissões da agropecuária (metano oriundo principalmente do rebanho bovino) e de energia (com as termelétricas e o transporte rodoviário)”, afirma.

Segundo suas informações, nosso país já arca também com consequências. Dentre elas, as secas, cada vez mais severas que assolam e não apenas sobre o Nordeste, onde historicamente o fenômeno ocorre, mas também sobre o Sudeste e o Centro-Oeste e até mesmo a Amazônia.

“Mas não só: ondas de calor, ocorrendo até mesmo nos meses de inverno do Hemisfério Sul; aumento do risco de incêndios florestais (o que torna as queimadas ainda mais perigosas, pois podem sair de controle); elevação do nível do mar ameaçando cidades, comunidades e ecossistemas da zona costeira”, ressalta.

Alexandre Costa reforça que, entre os dias 20 e 27 de setembro estão previstas manifestações por todo o Planeta, como parte da Greve Mundial pelo Clima. “Os alertas já vêm sendo dados pelos cientistas há vários anos e, lamentavelmente, a geração no poder não os escutou. Está sendo necessário que a geração de jovens e crianças erga a voz mundialmente para, quem sabe, o curso da história seja alterado. A juventude sabe que, mesmo este gráfico não sendo um código de barras, há um preço gigantesco que a crise climática irá cobrar. E é absolutamente injusto que sejam essas novas gerações a pagar.”

Manifestantes de todo o mundo se mobilizam, nesta sexta-feira (20), em prol da Greve Mundial Climática, protesto que deverá reunir ativistas de mais de 120 países para alertar sobre as ameaças causadas pela Crise Climática. Em Fortaleza, a manifestação terá como ponto de concentração a Praça Luiza Távora, a partir das 8h, e será liderada pelas instituições Greenpeace Fortaleza, Instituto Verdeluz, Ceará no Clima e Fridays for Future Ceará. Esta já é a terceira edição da Greve Climática na capital cearense.

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