Semas tem cobrado à Marinha do Brasil a entrega dos relatórios finais das ações emergenciais e dos sete grupos de trabalhos científicos

Vistoria na Praia do Cupe | Foto: Semas-PE

Recife – PE. Equipes da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas-PE) e da CPRH Agência Estadual de Meio Ambiente vistoriaram, na manhã de segunda-feira (22), três praias do Litoral Sul do Estado, onde apareceram vestígios de petróleo. Foi constatado o aparecimento de pequenos fragmentos na areia das praias do Cupe e de Muro Alto, em Ipojuca; e de Tamandaré, no município de mesmo nome. A operação também contou com a presença de representantes da Capitania dos Portos, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e prefeituras.

As primeiras avaliações técnicas apontam que o material encontrado é proveniente de manchas de petróleo que atingiram o Litoral do Nordeste e parte do Sudeste do País, no ano passado. Esse material estaria sedimentado no leito do mar ou preso em corais e chegaram às praias por conta de uma combinação de fatores meteorológicos que reviraram o fundo e soltaram os fragmentos sedimentados. Nos últimos cinco dias, essa região registrou marés de sizígia, que geram grandes variações; uma maior intensidade das correntes marítimas devido à época do ano; e a chegada de um swell com ventos acima de 20 nós.

Algumas amostras do petróleo foram coletadas pela Capitania dos Portos e serão encaminhadas para análise. A Semas e CPRH também estão orientando as prefeituras que, se encontrarem o material, que são pequenas partículas, façam a limpeza da área, recolhendo o material usando os Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) adequados, acondicionando em tonéis ou bags para posteriormente enviar a aterros industriais licenciados ou para a reciclagem.

De acordo o titular da Semas-PE, José Bertotti, o monitoramento permanente das áreas atingidas se mantém. Mas, vestígios de óleo vêm sendo observados sempre que ocorrem grandes marés e eles aparecem em forma de pequenos aglomerados de piche, areia e fragmentos de conchas. Isso é um indicador de áreas impactadas por óleo, sendo o fenômeno considerado uma das fases do pós-vazamento. Por isso a Semas tem solicitado à Marinha do Brasil a entrega dos relatórios finais das ações emergenciais e dos sete grupos de trabalho.

“Estamos cobrando à Marinha o relatório conclusivo do Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), quanto às ações de emergência de resposta que possibilitaram a redução de danos ambientais; o quantitativo de resíduos coletados por Estado e o destino final ambientalmente realizados. Também queremos ter acesso aos relatórios dos sete grupos de trabalho científicos com as respectivas avaliações ambientais e as medidas de recuperação dos ecossistemas atingidos”, disse Bertotti.

Ainda segundo o secretário, essas informações seriam fundamentais no processo de monitoramento e eventual recuperação das áreas atingidas. “Esperamos também que a CPI do Óleo, em andamento no Congresso Nacional, possa nos dar uma luz sobre as investigações que não foram conclusivas, nem pela Polícia Federal nem pela Marinha, quanto ao volume e à origem do petróleo vazado. Isso nos deixa uma grande lacuna sobre a capacidade de interpretar o volume de óleo que chegou, a quantidade já coletada e o quanto ainda pode estar por chegar”, concluiu Bertotti.

Vistoria em Tamandaré | Foto: Semas-PE
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