Em Fortaleza, a mobilização foi na Escola Estadual de Ensino Médio Adauto Bezerra | Foto: Ceará no Clima

Monique Linhares
Colaboradora

O futuro pelas próprias mãos é o movimento que tem guiado a mentalidade da nova geração. Este 15 de março foi o dia de #strikeforclimate, quando jovens de todo o mundo encamparam uma rebelião climática, uma greve mundial de estudantes contra o aquecimento global.

Grupos de mais de 100 países confirmaram adesão em canais oficiais do movimento. No Brasil, tiveram no mínimo 12 locais de manifestação na Greve Global Pelo Futuro. Em Fortaleza, o movimento RUA – Juventude Anticapitalista, Ceará no Clima e alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Adauto Bezerra deram sua contribuição para alertar sobre o clima no nosso Planeta.

“O maior movimento climático registrado mundialmente, de forma sincronizada. Cerca de 1,5 milhão de jovens paralisaram no mesmo dia”, contou Alexandre Costa, físico e professor de Ciências Atmosféricas da Universidade Estadual do Ceará (Uece), integrante do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e autor do blog “O Que Você Faria se Soubesse o que Eu Sei?“. Ele acompanhou a mobilização de jovens na entrada da Escola Adauto Bezerra. Ele é integrante do movimento Ceará no Clima, que já puxou diversas manifestações pelo meio ambiente no Ceará.

“A ideia é abrir diálogos com os alunos das escolas e engajar mais jovens nessa campanha. Nas próximas semanas estaremos aqui pra mobilizar rodas de conversa e debates sobre o assunto para dar destaque a essa pauta tão importante”, explica Sarah Lima, estudante de Biologia da Universidade Federal do Ceará (UFC).

No Brasil, este 16 de março é o Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas. A data foi estabelecida pela Lei Nº 12.533/2011, com o objetivo de viabilizar debates e mobilizações em torno de alternativas mais sustentáveis e chamar a atenção para a necessidade de ações que reduzam o impacto dessas mudanças sobre a Terra.

Uma menina à frente da Greve estudantil mundial

Tudo começou com a sueca de 16 anos Greta Thunberg, que deixou de frequentar a escola às sextas-feiras para protestar pela situação de emergência da crise global do clima. Desde meados de 2018, os protestos de Greta, a princípio solitários em frente ao parlamento sueco, têm mobilizado um número crescente de milhares de jovens ao redor do mundo no movimento Fridays for Future (Sextas pelo Futuro).

A potência de sua fala, com coragem e convicção, tem inspirado não só estudantes mobilizados pela questão ambiental, mas tem chamado a atenção de grandes lideranças. Ela discursou durante a última reunião da Comissão Europeia, na Bélgica, fazendo com que o presidente, Jean-Claude Juncker, se comprometesse com a aplicação de US$ 1,13 trilhão do orçamento do próximo período financeiro da Comunidade em programas de mitigação às Mudanças Climáticas. Hoje ela é referência internacional no ativismo ambiental e uma das indicadas ao Prêmio Nobel da Paz 2019.

A juventude não só tem se informado melhor e usado mecanismos de chamar atenção para as questões mais urgentes, mas também tem chamado à responsabilidade os agentes causadores dessa crise global e convidado à cooperação pela mudança.

“O que tem mais me impressionado e me feito comprar brigas com governantes e parlamentares, é quando eu vejo uma juventude se mobilizar com esse grau de entendimento pelo meio ambiente e organização. Me dá esperança! Ela tem capacidade de apresentar alternativas, afinal, é o futuro delas em jogo. Eles incomodam empresários e grandes agentes mundiais que querem manter um status quo de destruição planetária, que pela lógica daqui a algum tempo também não se manterão mais. Os jovens querem superar esses status quo pelo amor, por justiça, e não pela dor, de um planeta de terra arrasada”, reflete Alexandre.

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