O Núcleo de Estudos AfroBrasileiros e Indígenas (Neabi), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE)Campus Fortaleza elaborou a exposição “A Cara Negra e Indígena do IFCE” impulsionado por questões levantadas em grupos de estudo, atividades de pesquisa e extensão sobre a temática.

Mas quais seriam as perguntas de integrantes e parceiros do Neabi? Já se havia parado para pensar quem são os alunos, servidores, professores e funcionários negros e indígenas do IFCE? Qual a cara negra e indígena que as instituições de ensino possibilitam que sejam visibilizadas? Quem está constantemente nas imagens difundidas pelas instituições? Como a fotografia pode ser dispositivo de empoderamento e protagonismo para esses grupos sociais?

A partir destes questionamentos, sob o olhar de dez fotógrafos selecionados e convidados, alunos ou colaboradores de ações de pesquisa e extensão ligadas ao IFCE – Campus Fortaleza, buscou-se apresentar um recorte dos sujeitos sociais que protagonizam o tema da exposição que hoje está em sua segunda edição sob uma revisão ampliada voltada aos povos indígenas e negros. Assim, com o intuito de apresentar aqueles que se autodeclaram negros, quilombolas e/ou povos de terreiro e quais os indígenas nas suas mais diversas etnias se encontram hoje no IFCE, foram selecionadas imagens de protagonismo, indicando as histórias e ações que fortalecem seus processos de autorreconhecimento, empoderamento e resistência.

Até o dia 13 de dezembro, a exposição traça os elos e ressonâncias entre o locus de territorialização desses protagonistas neste espaço institucional a partir da desconstrução do pensamento colonizado e eurocentrado que leva ao fortalecimento do racismo estrutural e institucional. Romper com leituras e olhares que invisibilizam os grupos que hoje somam mais de 50% das pessoas que compõem a instituição é o intuito do Neabi – Campus Fortaleza e do Laboratório de Fotografia do IFCE ao organizar mais esta exposição, agora com a participação de dois fotógrafos indígenas das etnias Kanindé e Anacé que estabeleceram registros de alunos do IFCE, em seus territórios.

A partir destas fotografias, que apresentam a pluralidade dos negros e indígenas que compõe a grande comunidade do IFCE, propõe-se a construção de um espaço de integração, para todos que promova o diálogo e a reflexão sobre autorreconhecimento, protagonismo e tantas outras urgências que tangem essa discussão.

A comunidade acadêmica e o público são convidados a adentrarem uma construção decolonial ligada à imagem daqueles que estão presentes para além do espaços institucionais e que compõem um território de luta, cultura e resiliência diante de todos os desafios ligados a se manterem nestes locais de ensino.

FICHA TÉCNICA

CURADORIA – Anna Erika F. Lima, Wendel Medeiros, Cecília Calaça, Carolinne Melo e Victor Cavalcante

REALIZAÇÃO – Neabi – Campus Fortaleza e Laboratório de Fotografia do IFCE

COORDENAÇÃO DO PROJETO – Anna Erika F. Lima, Wendel Medeiros e Cecília Calaça

FOTÓGRAFOS – Bárbara de Moira, Iago Barreto, Henry Simon, Sabrina Moura, Photh01nha, Bruno Leonardo, Nayra Maria, Rafaela Anacé e Victor Cavalcante

APOIO/CURADORIA – Iago Barreto, Carolinne Melo, Victor Cavalcante e Miguel Emanuel Furtado (Nature)

Programação

9 A 13 DE DEZEMBRO DE 2019

Mesa de Abertura : “A cara negra e indígena na perspectiva da educação
Dia 9/12 – 17h30
Mediação: Cecília Calaça
Mesa: João Kennedy Tapeba, Louise Santana, Sandra Petit

MINICURSOS E OFICINAS
Minicurso Imagens Indígenas, Da Representação Colonizadora A Protagonistas: Iago Barreto
Dia: 10 a 13 de dezembro
Local: Sala do Neabi
Horário: 10h – 12h

Oficina de Turbantes: Cida Araújo e Esther Soares
Dia : 12 de dezembro
Local: Sala do Neabi
Horário : 14h – 16h

Oficina de Tambores: Rubéns Lopes
Dia: 11 de dezembro
Local: Sala do Neabi
Horário : 13h – 17h

Oficina de Abayomi: Raquel Santos
Dia: 13 de dezembro
local: Sala do Neabi
Horário: 14h – 16h

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