Grupo composto por quatro jovens (uma garota de costas com cabelos cacheados cor de mel, vestindo colete azul do Projeto Albatroz; um rapaz de cabelos crespos vestido com camiseta azul e bermuda estampada, outro rapaz de camiseta branca, bermuda jeans e tênis branco, sentados no chão e o quarto de quatro com boné estampado com a aba para trás e camiseta azul, em atividades coletiva de uma sala com piso preso, quadro negro ao fundo com frases motivadoras escritas com giz colorido e tela branca à esquerda da imagem
O Coletivo Jovem Albatroz (CJA) lançou guia colaborativo sobre os caminhos para o desenvolvimento de ativistas da juventude em coletivos | Foto: Coletivo Jovem Albatroz

Por Alice Sales
Colaboradora

Com o intuito de formar lideranças  jovens, por meio de intervenções, cursos e participação em políticas públicas, o Coletivo Jovem Albatroz (CJA) lançou um guia colaborativo sobre os caminhos para o desenvolvimento de ativistas da juventude em coletivos, espaços essenciais para garantir a voz de jovens de todo o Brasil nas tomadas de decisão e potencializar a mobilização juvenil.

O material traz um compilado de artigos científicos, metodologias de educação ambiental, legislação nacional sobre juventudes e Coletivos Jovens de Meio Ambiente (CJMA) em um único folder e com uma leitura leve. No guia, o jovem ou educador interessado em formar um CJMA consegue acessar a teoria de maneira condensada, as formas de estruturação, as condutas dos educadores e jovens participantes, além dos principais marcos históricos para as juventudes.

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Além disso, o documento traz as experiências do Coletivo Jovem Albatroz como exemplo de como outros CJMAs podem trabalhar. O conteúdo do informativo foi selecionado, produzido e editado por mais de dez jovens do coletivo, sob a orientação da educadora e liderança do grupo Thaís Lopes. 

De acordo com a educadora, a principal característica para uma jovem ou um jovem se tornar uma liderança é confiar no seu próprio potencial transformador. “Para isso, é preciso que desenvolvam a curiosidade, estejam abertos a ouvir ideias diferentes e considerá-las sem iniciar uma discussão, valorizar a diversidade, ser comprometido e responsável, ser honesto, corajoso e estar disposto a colocar a mão na massa”, destaca a educadora. 

A ideia da criação da publicação se deu no início do ano passado, quando o Coletivo Jovem Albatroz lançou o curso “Década dos Oceanos: a juventude na transformação da sociedade”. À época, a equipe elaborou um informativo sobre o Coletivo, sua história e como funcionavam as atividades do grupo, já que para muitos dos participantes do curso esse foi o primeiro contato com um coletivo jovem.  

Meses depois, o projeto recebeu um pedido de ajuda por parte de jovens do Coletivo Paranã, no Estado de São Paulo, com a solicitação de orientações sobre como construir um coletivo formado pela juventude. Assim surgiu a iniciativa de compilar o máximo de orientações possíveis sobre o tema. Além de auxiliar um novo grupo a se estruturar, a iniciativa resultou também na manifestação artística “Maré e Utopias”.

O folder é também uma forma de facilitar o acesso a informações científicas sobre o tema, como aponta Thaís Lopes: “essa dificuldade de encontrar literatura surge porque as informações estão, em sua maioria, em artigos científicos ou publicações governamentais espalhadas pela internet”, explica. “No CJA, nós decidimos, então, criar uma cartilha que facilitasse esse processo para os jovens, educadores e interessados na área para que tivessem todos esses documentos compilados em um único material”, completa.

O Coletivo Jovem Albatroz, fundado em 2015, é um grupo de formação de jovens lideranças de 18 a 29 anos, de todo o País, na conservação marinha e costeira. A prioridade é dar protagonismo aos jovens por meio de projetos de intervenção para a transformação da realidade. Dentre as atividades realizadas pelo coletivo, os integrantes participam de diversos cursos, oficinas e visitas técnicas, além de estarem presentes em reuniões de órgãos colegiados para criação de políticas públicas e atuarem em eventos ligados à Juventude e Meio Ambiente.

Ciência e informação a favor da juventude

Três jovens do sexo feminino, usando máscaras, duas com colete e uma com camiseta do Projeto Albatroz azuis por trás de um globo terrestre inflável tendo ao fundo uma grande bandeira do Projeto Albatroz à frente de uma parede de tijolinhos vermelhos
O sucesso do Coletivo Jovem Albatroz foi tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da pós-graduação da educadora e liderança do grupo Thaís Lopes | Foto: Coletivo Jovem Albatroz

O sucesso do Coletivo Jovem Albatroz foi tema do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da pós-graduação em Educação Ambiental e a Transição para Sociedades Sustentáveis da educadora Thaís Lopes. 

De forma inédita, o estudo trouxe uma série de condutas que o educador e o educando precisam adotar para que o coletivo jovem funcione de maneira igualitária, horizontal, dialógica, em que todos se sintam pertencentes para contribuir e agregar nas ações coletivas, o que até então só era compreendido de forma prática pelos participantes.

“Nós trouxemos toda essa informação teórica, acadêmica e governamental sobre o que são coletivos jovens de meio ambiente, como eles funcionam dentro da perspectiva da educação ambiental, e transformamos tudo isso em um conteúdo acessível para todos”, explica Thaís.

Projeto Albatroz

Reduzir a captura incidental de albatrozes e petréis é a principal missão do Projeto Albatroz, que tem o patrocínio da Petrobras. O Projeto é coordenado pelo Instituto Albatroz, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que trabalha em parceria com o Poder Público, empresas pesqueiras e pescadores.

A principal linha de ação do Projeto, nascido no ano de 1990, em Santos (SP), é o desenvolvimento de pesquisas para subsidiar Políticas Públicas e a promoção de ações de Educação Ambiental junto aos pescadores, jovens e às escolas. O resultado desse esforço tem se traduzido na formulação de medidas que protegem as aves, na sensibilização da sociedade quanto à importância da existência dos albatrozes e petréis para o equilíbrio do meio ambiente marinho e no apoio dos pescadores ao uso de medidas para reduzir a captura dessas aves no Brasil.

Atualmente, o Projeto mantém bases nas cidades de Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC), Itaipava (ES), Rio Grande (RS), Cabo Frio (RJ) e Natal (RN).

Serviço

O folder pode ser encontrado de forma virtual na página do Projeto Albatroz

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