Por Rose Serafim
Colaboradora
Fortaleza – CE. Pelo menos 22 estudantes dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Ceará (UFC) buscam recursos para irem às ruas ajudar pessoas com dificuldade no acesso à plataforma Saúde Digital. Iniciativa surgiu após relato de professora nas redes sociais sobre pessoas que não se vacinaram contra a Covid-19 por não saberem fazer o cadastro pedido pela Prefeitura Municipal de Fortaleza.
Na semana passada, Kamila Bossato, professora e coordenadora do curso de Jornalismo da UFC decidiu fazer um experimento. Ela perguntou a dois funcionários do prédio onde mora, um homem de 50 anos e outro de 63, se já tinham se cadastrado para tomar a vacina contra a Covid-19. Ambos nem sabiam como fazer isso. A docente então ajudou na inscrição e fez um alerta nas redes sociais: muitas pessoas podem ficar sem receber a imunização em Fortaleza por não terem acesso à plataforma on-line criada pelo Governo do Estado.
“Claramente, a vacinação corre porque muita gente está na mesma situação. Ouso dizer que a maioria da população não está cadastrada e o governo do CE + Prefeitura de Fortaleza decidiram restringir a vacinação a quem se cadastrou”, disse Bossato em publicação no Twitter.
Com isso, estudantes da UFC decidiram se voluntariar no Projeto Cadastra Eu, que visa justamente auxiliar esses usuários no acesso ao site para garantir a vacinação contra o novo coronavírus. Os 22 alunos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda já estão realizando orientação on-line, e buscam doações para a compra dos equipamentos de segurança sanitária necessários para o atendimento em pontos de grande circulação na capital cearense.
“Estamos nos organizando para atuar em algumas frentes principais: a de cadastro em locais de grande circulação de pessoas, como terminais de ônibus e praças. Também estamos nos articulando com associações de moradores para somar forças; à frente de cadastro remoto, em casa, que ficará dando suporte e realizando o acompanhamento pós-cadastro, (monitoramento das listas de agendamento, tira-dúvidas e fazendo o contato com as Secretaria Estadual de Saúde do Estado e no município para informar sobre problemas no sistema e apurar informações mais específicas)”, conta o estudante de jornalismo Rogério Bié, um dos voluntários na iniciativa.
A campanha de arrecadação serve para a compra de máscaras PFF2, destinadas tanto aos voluntários como para doações nos pontos de cadastro. O dinheiro também é utilizado na impressão de materiais informativos como panfletos e folders, pacotes de internet e para o deslocamento dos alunos.
O primeiro mutirão de cadastramento foi realizado neste domingo (13), no bairro Serviluz, em Fortaleza. A ação foi em parceria com a Associação de Moradores do bairro e com a Liga Experimental, projeto de extensão dos cursos de Comunicação Social da UFC. Além de cadastrar 20 moradores para a imunização da Covid-19, os estudantes distribuíram 80 máscaras de proteção, material informativo e tiraram dúvidas dos transeuntes.
Nesta terça-feira (15) é a vez de os voluntários passarem pela Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza, onde permanecem das 8h até às 11h realizando o serviço.
Enquanto uma equipe atua nas ruas, outro grupo auxilia remotamente no cadastro de informações. Rogério Bié ressalta que os alunos estão tendo acompanhamento de Kamila Bossato e contando com o apoio da UFC na divulgação do projeto.
Após a cobrança da docente e ampla divulgação da iniciativa dos estudantes, a própria Prefeitura divulgou o lançamento de um mutirão para cadastramento também em pontos de alta circulação de pessoas na cidade. A busca ativa ocorreu nessa segunda-feira (14). O objetivo era atender até 500 mil usuários nos 27 Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) do Município, no Cuca Jangurussu, Cuca José Walter e no Centro Cultural Canindezinho.
Serviço
Instagram: @cadastraeunavacina
E-mail (dúvidas e doações): cadastraeuceara@gmail.com