Nem mesmo a chuva desanimou cerca de 30 passarinheiros que estiveram no Parque Estadual do Cocó na manhã deste domingo (20). Em 1h30 numa trilha de dois quilômetros, 27 espécies diferentes de aves foram avistadas pelos trilheiros.

 

A observação de aves aproxima e ajuda na compreensão dos serviços ecossistêmicos do Parque | Foto: João Pedro Crispim

 

Os biólogos Bruno Araújo e Lucas Barros, do Manakin Ecoturismo, guiaram a atividade. Enquanto Bruno usava áudios de aves para atraí-las aos olhares dos observadores e explicava suas características e hábitos, Lucas fazia registros fotográficos e anotava as espécies avistadas em um aplicativo específico.

Como referência, os passarinheiros utilizaram um guia com 40 espécies recorrentes naquela Unidade de Conservação (UC) para conferir as avistadas.

A bióloga Cecília Licarião, coordenadora de Educação Ambiental do Parque Estadual do Cocó, conta que o interessante do #vempassarinhar é ser realizado em locais de grande diversidade biológica e, no Parque do Cocó, podem ser observadas mais de 130 espécies diferentes.

Bico-de-lacre (Estrilda astrild), espécie exótica originária do Sul da África, introduzida no Brasil por navios negreiros no reinado de D. Pedro I | Foto: João Pedro Crispim

 

“Essa atividade é superimportante para a conservação das espécies porque a gente redireciona o olhar das pessoas, que muitas vezes nunca observaram a fauna de uma maneira geral. Essas pessoas se apaixonam pelos pássaros e automaticamente vão lutar pela conservação dessas espécies”, destacou Cecília.

“O #vempassarinharnococó atrai o público leigo para observar aves e mostrar que os animais são entretenimento no habitat deles. É uma atividade que traz o público para mais perto da conservação e há estudos que comprovam que trata depressão, ansiedade”, reforçou Bruno Araújo.

Faunas do Parque

Depois da trilha, o biólogo recém-formado Bruno Ferreira Guilhon participou de um bate-papo com os participantes a respeito dos resultados da sua pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), realizado sobre a fauna junto aos frequentadores do Parque.

Um dos pontos de destaque foi a ameaça da presença de espécies exóticas invasoras na Unidade de Conservação. Mais precisamente gatos domésticos, que, mesmo alimentados, mantém a atividade de caça o que, de acordo com pesquisa internacional, leva ao abate de aproximadamente 5,5 exemplares nativos por mês, em média, sendo eles os principais causadores da extinção de espécies locais no Planeta.

Longe de um conflito entre conservacionistas e partidários da proteção animal, essa é uma questão que ainda exige a discussão de estratégias mais eficientes. Além de castrações e adoções, a Educação Ambiental da população é o ideal para a redução do abandono de animais domésticos em áreas verdes.

O Parque Ecológico do Cocó dispõe de uma equipe de educadores ambientais para trilhas guiadas mediante agendamento | Foto: João Pedro Crispim

 

Além do #vempassarinharnococó, realizado no terceiro domingo de cada mês, o Parque dispõe de educadores ambientais nas duas sedes, que podem realizar trilhas guiadas para grupos a partir de dez pessoas, mediante agendamento.

“Se aproximando do Parque, as pessoas passam a entender melhor os serviços ecossistêmicos prestados a nós pela maior área verde de Fortaleza, como regulação climática e da vazão das águas para evitar enchentes e alagamentos”, Afirmou Bruno Guilhon.

 

Serviço:

Agendamento de visitas guiadas:
Dias: segunda a sexta-feira
Telefone: (85) 3234-3574
E-mail: parquedococo@sema.ce.gov.br

Restrições:

  • Balões
  • Serpentina
  • Mais de uma mesa / cadeira
  • Serviço de buffet
  • Estrutura de festa
  • Panfletar
Sem Comentários ainda

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Pular para o conteúdo