Vencedor do desafio de inovação do Google News Initiative de 2021, o projeto “Acessibilidade jornalística – um problema que ninguém vê” lança um manual de boas práticas, uma ferramenta de diagnóstico e um podcast

Depois de um ano de aprendizados na busca por um jornalismo mais diverso e inclusivo, o projeto “Acessibilidade jornalística – um problema que ninguém vê” lança, nesta quarta-feira (24), mais produtos e soluções voltados à inclusão das pessoas cegas e com baixa visão no consumo de conteúdo jornalístico de qualidade. Dessa vez, estão disponíveis no endereço www.lumeacessibilidade.com.br uma ferramenta de diagnóstico para portais jornalísticos e um manual de boas práticas para a construção de sites e conteúdos acessíveis.

Já no https://anchor.fm/lumecast está uma série de três episódios do LumeCast sobre temas de interesse do universo das pessoas desse segmento. Em abril deste ano, o projeto, realizado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) e uma rede formada por nove organizações de Jornalismo Independente do Nordeste, entre elas a Eco Nordeste, já tinha lançado uma pesquisa sobre a oferta e o consumo de conteúdo jornalístico por pessoas com deficiência visual e um aplicativo curador de conteúdo acessível.

“Com a ferramenta, o manual e os podcasts, encerramos as entregas deste projeto financiado com suporte do Google e que buscou uma solução integrada para o problema da falta de conteúdo jornalístico acessível e de qualidade para as pessoas que não enxergam ou que têm baixa visão. Esperamos que todo este trabalho, realizado ao longo de um ano, tenha sido apenas um ponto de partida para um debate ainda mais amplo e para novas soluções que incluam este e outros grupos sub representados na pauta das organizações jornalísticas de todos os portes e formatos”, comenta a coordenadora geral do projeto, Carolina Monteiro, diretora da Escola de Comunicação da Unicap e uma das cofundadoras da Marco Zero Conteúdo. “As soluções oferecidas mostram, por exemplo, que algumas são simples e podem ser implementadas sem grandes investimos, ou mesmo a custo zero para as empresas. Basta vontade e decisão”, completa.

É o caso do teste de acessibilidade disponível no www.lumeacessibilidade.com.br. Em formato on-line e disponibilizada de forma gratuita, a plataforma de diagnóstico construída pela iniciativa indica as mudanças necessárias e as diretrizes básicas que as empresas de jornalismo precisam seguir para garantir a acessibilidade nos seus portais. A ferramenta foi desenvolvida para sinalizar as falhas e a presença de obstáculos que impeçam as pessoas cegas e com baixa visão de navegarem pelos sites e consumirem o conteúdo com qualidade de navegação e usabilidade.

“Esta solução gera um impacto importante para o mercado jornalístico, no qual poucos profissionais conhecem as diretrizes de acessibilidade e poucas empresas apostam na aplicação das recomendações. A ferramenta alerta sobre os erros presentes nos sites e direciona a forma de corrigi-los, destacando a necessidade de adequar principalmente o design de interface ao público com deficiência”, destaca o coordenador de Desenvolvimento, Anthony Lins.

Como complemento da ferramenta de diagnóstico, o projeto desenvolveu o manual de boas práticas “Por um Jornalismo Acessível”, que busca direcionar profissionais de jornalismo, design ou TI nas empresas jornalísticas para a implementação de recomendações de acessibilidade e na estruturação de seus sites e nas produções de conteúdo. “Com o manual, queremos gerar conscientização dos jornalistas sobre a necessidade de garantir o direito à comunicação. O material foi criado para ser um guia prático de criação e distribuição de reportagens e projetos jornalísticos digitais que não gerem obstáculos ou tenham lacunas que possam negar às pessoas cegas o acesso à informação”, destaca a coordenadora de operações e idealizadora do projeto, Mariana Clarissa.

Print da capa e da página de índice do manual. No print, ao lado esquerdo, capa com o título em letras azuis “Por um jornalismo acessível”. À direita, página do Índice com uma imagem de uma mulher com os olhos fechados manuseando um celular.O Manual oferece um breve contexto histórico da pessoa com deficiência (PCD) no mundo e no Brasil, pontua as expressões corretas que devem ser utilizadas, explica como construir sites acessíveis e como descrever elementos imagéticos e, por fim, traz um passo a passo de como garantir a acessibilidade em publicações nas redes sociais.

“Os temas pensados para o manual trazem uma perspectiva geral da realidade da pessoa com deficiência e os avanços do segmento dentro do aspecto social, comportamental e de políticas públicas. Com o manual vamos contribuir para que profissionais da comunicação aprofundem os conhecimentos sobre acessibilidade digital e comunicacional e, assim, incentivá-los a garantir o acesso das pessoas com deficiência aos conteúdos criados por eles”, completa o consultor em acessibilidade do projeto, Michel Platini.

Clique aqui para baixar o Manual Por um Jornalismo Acessível

Finalizando o conjunto de produtos lançados nesta etapa, a iniciativa apresenta também o LumeCast, um podcast com três episódios que discute as questões de identificação de gênero e raça das pessoas com deficiência visual e retrata o processo de conquista da autonomia da mulher cega, além de expor os bastidores da construção da série e as maneiras de garantir a acessibilidade em produções em áudio. O conteúdo foi produzido de forma colaborativa entre jornalistas da Marco Zero Conteúdo, Eco Nordeste, Olhos Jornalismo, Mídia Caeté e a newsletter Cajueira , com edição do Malamanhadas, e está disponível nas plataformas de streaming.

 

Sob um fundo verde, mosaico com quatro quadrados. No primeiro quadrante, card do episódio 1, “Raça e Gênero: além do que a vista alcança”. Abaixo, card do episódio 2, “Autonomia da mulher cega: uma dura conquista”. Ao lado direito, card do episódio 3, “Por uma comunicação realmente acessível”. Acima, card com a marca da Lume e o título “LumeCast”.Serviço

Os produtos construídos pelo projeto “Acessibilidade jornalística – um problema que ninguém vê” fazem parte dos resultados prometidos ao desafio de inovação do Google News Initiative (GNI), que selecionou o projeto e outras oito propostas brasileiras na sua edição de 2021. A iniciativa foi realizada em rede, com coordenação da Marco Zero Conteúdo e da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), com a participação de Eco Nordeste (NE), Mídia Caeté e Olhos Jornalismo (AL), Coletivo Retruco e Diadorim (PE), Revista Afirmativa (BA), Agência Saiba Mais (RN) e newsletter Cajueira (NE).

 

Card de fundo rosa escuro. Na parte superior, da esquerda para a direita, marcas da Retruco, Marco Zero, Eco Nordeste, Cajueira, Olhos Jornalismo, Mídia Caeté, Diadorim, Saiba Mais, Revista Afirmativa e Universidade Católica de Pernambuco. Abaixo, à esquerda, logo da Lume: uma figura verde clara em formato de cone inclinado para a direita, com a parte superior mais larga. A figura se assemelha a um pião. Dentro do desenho, ainda na parte superior, um pequeno círculo localizado à direita. Ao lado da logo, há o texto em letras rosa e fundo branco: “Tecnologia, conteúdo e informação por um jornalismo mais acessível” localizado ao lado direito da figura e acima de ambos as marcas de todas as organizações participantes do projeto Acessibilidade Jornalística: um problema que ninguém vê.

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