Eco Nordeste celebra quatro anos com avanços importantes

Pássaro com corpo laranja, cabeça, asas e rabo preto sobre o fruto vermelho de uma cactácea com fundo verde desfocado

Corrupião (Icterus jamacaii) fotografado sobre o fruto do mandacaru (Cereus jamacaru), na Serra das Almas, entre Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI) | Foto: Associação Caatinga

Por Andréia Vitório
Colaboradora

No dia 16 de novembro de 2018, nascia a Eco Nordeste. Desde então, foi muito conteúdo produzido. Só no Portal, são 1.264 notícias escritas a várias mãos. Os webstories, que tiveram início em 2021, já somam 80 edições, sem falar de outras publicações em redes sociais e podcasts. Seja como for, a proposta é a mesma: dar visibilidade e incentivar o desenvolvimento sustentável no Nordeste do Brasil por meio do Jornalismo de Soluções, independente, colaborativo e propositivo.

O trabalho se amplia, agora, como Instituto Eco Nordeste – marco institucional que é uma das principais conquistas da entidade desses quatros anos – período marcado por pandemia, desmonte ambiental e ataques a jornalistas. Foi desafiador, mas não faltou dedicação e propósito.

Instituto Eco Nordeste

O status de Instituto foi formalizado em assembleia no dia 10 de maio de 2022. Esse avanço contribui para profissionalizar a entidade e mobilizar capital financeiro e humano, o que é fundamental para que a Eco Nordeste siga fortalecendo uma nova consciência coletiva sobre o desenvolvimento sustentável na região. Isso, sempre, considerando os eixos ambiental, social, econômico e cultural; com base na ciência, inclusão e equidade.

O processo de legalização foi apoiado financeiramente pela Marco Zero Conteúdo com recursos de projeto de criação e fortalecimento da rede de organizações de mídia independente do Nordeste.

Para saber mais, veja aqui as atribuições e os princípios do Instituto Eco Nordeste.

As jornalistas colaboradoras da agência de conteúdo Eco Nordeste, Adriana Pimentel, Alice Sales, Andréia Vitório, Fernanda Oliveira, Yara Peres, Flávia P Gurgel, Isabelle Fernandes, Líliam Cunha, Marília Camelo, Maristela Crispim e Rose Serafim, na Assembleia de Fundação do Instituto Eco Nordeste, com Rafael Torres, da empresa Torres Contabilidade

Parcerias em 2022

Em 2022, a Eco Nordeste estabeleceu uma importante parceria com o Instituto ClimaInfo que rendeu muitos frutos, entre eles duas séries de reportagens.

Série de quatro reportagens que abordam os impactos socioambientais causados por termelétricas fósseis nos estados do Maranhão, de Sergipe e do Ceará. Em narrativas construídas sob a perspectiva de comunidades tradicionais impactadas, autoridades, ativistas e pesquisadores que se dedicam ao tema, a série traz à tona o que há por trás do funcionamento de geradoras de energia movidas a combustíveis fósseis, revelando o lado não contado do desenvolvimento prometido por esses empreendimentos.

Cobertura da Caravana Nordeste Potência, entre 29 de agosto e 9 de setembro, que percorreu 2.830 quilômetros por diversos municípios de Alagoas, Bahia e Pernambuco, ouviu populações tradicionais, pesquisadores e outros atores que ajudam a compreender o processo de construção do que hoje é a Bacia do Baixo e Submédio São Francisco e como a região pode se desenvolver de forma menos impactante.

O resultado foi uma série de seis reportagens especiais. O objetivo foi contribuir para a divulgação do Plano Nordeste Potência, que preconiza o desenvolvimento verde, com a recuperação do passivo socioambiental e a ampliação das fontes de energia renovável de forma justa e inclusiva na Bacia do Baixo São Francisco e no restante do Nordeste.

Além disso, a editora-chefe da Eco Nordeste, Maristela Crispim, foi mentora em Programa de bolsas-auxílio para produção de reportagens sobre emergência climática no Nordeste, realizado pelo Instituto ClimaInfo em parceria com a rede de organizações da sociedade civil Observatório do Clima, ministrou aula sobre Jornalismo Ambiental e Regional em curso específico e a Eco Nordeste publicou oito das 12 reportagens selecionadas.

Parceria com a Agência Pública também possibilitou a publicação da reportagem especial “Comunidades adotam estratégia para enfrentar desertificação na região mais seca da Paraíba“.

Campanha de Financiamento Coletivo

A Eco Nordeste lançou, no fim de 2021, sua campanha de financiamento coletivo pelo Catarse, que é a maior plataforma de crowdfunding, ou financiamento coletivo do Brasil.

Para participar, é simples. Basta acessar o link da campanha e contribuir com valores a partir de R$ 10,00 (dez reais). A doação pode ser feita apenas uma vez ou de forma recorrente.

Propósito

A editora-chefe da Eco Nordeste – Agência de Conteúdo e diretora-executiva do Instituto Eco Nordeste, Maristela Crispim, reforça que a Eco Nordeste já traçou um longo caminho nesses quatro anos: “ouviu muito, foi conhecendo melhor o terreno, fez parcerias, se juntou a organizações semelhantes, foi co-fundadora da Ajor (Associação de Jornalismo Digital), tem ocupado espaços, sido ouvida e agora, com a criação do Instituto Eco Nordeste, assume também um papel que é sua vocação desde o começo.”

Sobre o diferencial da iniciativa e perspectivas para o próximo ano, frisa que “não somos apenas um site de notícias, somos uma agência de conteúdo com o propósito de contribuir para o desenvolvimento sustentável da nossa região. Como Instituto, pretendemos desenvolver mais projetos socioculturais e contribuir para a formação do jornalismo ambiental na nossa região entre outros propósitos. 2023 vai chegar cheio de novas possibilidades”.

A jornalista Líliam Cunha, que integra a equipe, na área de Assessoria de Imprensa, e assume também a Diretoria Financeira do Instituto, reforça que a Eco Nordeste é a consolidação de um sonho que se tornou coletivo, com “o interesse de todas nós por fazer um jornalismo inovador com foco em meio ambiente, sustentabilidade, diversidade e inclusão”.

O sentimento de orgulho também é compartilhado pela jornalista Yara Peres, uma das primeiras colaboradoras da Eco: “fazer jornalismo independente requer muita coragem e, acima de tudo, determinação, principalmente para falar de algo tão específico. Desconheço outros veículos de comunicação que apostaram nessa temática e, em tão pouco tempo, conseguiu conquistas memoráveis, entre prêmios e apoios internacionais”.

A Eco Nordeste conta com uma equipe de jornalistas especializadas e afinadas com a temática socioambiental, sempre atenta às histórias que constituem a realidade regional.

Aprovação em editais

Neste dia 15 de novembro, mais uma boa notícia. A Eco Nordeste foi uma das 450 organizações selecionadas pelo Google News Initiative, em 52 países, para o Fundo de Equidade para o Jornalismo (News Equity Fund), um compromisso global para fornecer suporte financeiro e oportunidades para organizações de notícias que atendem principalmente comunidades sub-representadas. O objetivo é fortalecer a inclusão, capacitar ainda mais um ecossistema de notícias diversificado e apoiar especificamente editores de pequeno e médio porte a criar jornalismo original para públicos sub-representados em todo o mundo.

A Eco Nordeste também integrou dois dos projetos selecionados, na América Latina, pelo Google News Initiative Innovation Challenge – Edição 2021: “Acessibilidade jornalística: um problema que ninguém vê”, com a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Marco Zero Conteúdo (PE), Diadorim (PE), Mídia Caeté (AL), Olhos Jornalismo (AL), Retruco (PE), Revista Afirmativa (BA), Saiba Mais (RN) e Cajueira (NE); e “Diário do Clima”, com a Agência Envolverde, ClimaInfo, #Colabora, InfoAmazonia, ((o)) eco, Open Knowledge Brasil e Política por Inteiro.

Em 2021 ainda, entre 52 propostas de reportagens inscritas, a Eco Nordeste foi uma das cinco selecionadas pelo Edital Conexão Oceano de Comunicação Ambiental – 2021, da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza com a Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), por meio de trabalho inscrito pelas colaboradoras Adriana Pimentel e Marília Camelo.

Premiações

Prêmio Semear Internacional de Jornalismo – Edição 2020/2021
2º Lugar – Categoria Internet
Agricultores familiares são estimulados na convivência com o Semiárido
2º Prêmio MPCE de Jornalismo – 2020
1º lugar – Categoria Webjornalismo
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