Ceará é o terceiro gerador de Energia Eólica do Brasil

A produção energética do Ceará ainda se baseia predominantemente em fontes térmicas (52,32%). As eólicas (foto), segunda maior fonte do Estado,  geram 47,53% | Foto: Maristela Crispim

 

No ranking nacional de produção de Energia Eólica, o Estado (1.138,9 MW) ocupa a terceira posição em geração, atrás do Rio Grande do Norte (1.473,3 MW) e da Bahia (1.236,4 MW)

 

O Ceará foi o 13º maior gerador de energia, incluindo todas as fontes, entre os estados brasileiros em 2018. Os dados, acumulados até novembro deste ano, são do Banco de Informação de Geração (BIG) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e apontaram que o Estado foi responsável por 2,57% da capacidade instalada nacional (4.115.735 KW).

São Paulo, Pará, Paraná, e Minas Gerais ficaram no top do ranking da produção de energia. Juntos, esses estados somam 46,49% da capacidade instalada do País. Pelo lado negativo, Distrito Federal, Acre e Roraima se destacaram pela baixa produtividade, respondendo, juntos, por 0,27% da produção nacional.

Matriz local

O Brasil possui atualmente 7.150 empreendimentos em operação com diversas fontes utilizadas. Segundo a Aneel, a produção energética do Ceará ainda se baseia, majoritariamente, em fontes térmicas (52,32%).

As usinas eólicas, segunda maior fonte do Estado, são responsáveis por gerar 47,53% da energia local. Em seguida, aparecem os painéis solares fotovoltaicos, com apenas 0,12% do total.

De janeiro a outubro deste ano, houve um aumento de 52% na geração desta fonte de energia, nas 80 usinas espalhadas pelo Estado. A geração saltando de 745,9 megawatts médios (MW) para 1.138,9 MW. No ranking nacional, o Ceará ocupa a terceira posição, atrás do Rio Grande do Norte (1.473,3 MW) e Bahia (1.236,4 MW).

O levantamento parcial de 2018 é do boletim InfoMercado, elaborado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Condições favoráveis

Jurandir Picanço, consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis, acredita que o Estado foi prejudicado pela falta de linhas de transmissão de energia e atualmente reúne as condições necessárias para atrair mais investidores. Em dezembro de 2017, a Aneel liberou leilão para duas novas linhas entre Ceará, Paraíba e Piauí.

Outro indicador positivo é a capacidade instalada de Energia Eólica do Estado, que ficou em 2.049,9 no mês passado. Também atrás do Rio Grande do Norte (3.949,3 MW) e Bahia (3.525 MW), segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Para Elbia Gannoum, Presidente da ABEEólica, o Ceará acompanha o sucesso do Nordeste, onde o setor de energias renováveis ganha cada vez mais espaço. “Considerando que a matriz de geração de eletricidade deve ser diversificada entre as demais fontes de geração, e o Brasil tem um baixo consumo de eletricidade per capita, a energia eólica no País ainda possui muitas décadas de desenvolvimento”, acredita.

Ela pondera, no entanto, que uma retomada da economia nacional é necessária para ampliar o mercado com novas contratações e construções de parques eólicos.

Mais de 14 GW de capacidade

Atualmente, o Brasil possui 14,34 gigawatts (GW) de capacidade instalada em 568 parques eólicos e mais de 7 mil aerogeradores espalhados por 12 estados. Em média, a energia gerada pelas fontes eólicas equivale ao consumo residencial médio de cerca de 26 milhões de habitações (80 milhões de pessoas).

O Rio Grande do Norte é o primeiro, com potência de 3.949,3 MW em 143 usinas; seguido pela Bahia (3.525 MG em 133 usinas); ficando o Ceará em terceiro, com 2.049,9 MW em 80 parques eólicos.

Sucesso no Brasil

Para produzir energia eólica, são necessários bons ventos: estáveis, com a intensidade certa e sem mudanças bruscas de velocidade ou de direção. O Brasil tem a sorte de ter uma quantidade enorme deste tipo de vento, o que explica em grande medida o sucesso da eólica nos últimos anos.

Um outro ponto favorável ao desenvolvimento da fonte eólica no Brasil é o fato de a cadeia produtiva ser 80% nacionalizada, gerando empregos aqui e produzindo com alta tecnologia e investimento.

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