“A primeira inovação da qual precisamos está em nosso modo de OLHAR para a natureza”, escreve Magda Maya em seu primeiro artigo à Eco Nordeste | Foto: Maristela Crispim

Por Magda Maya
Geógrafa, doutora em Desenvolvimento e Meio Ambiente, escritora, consultora e greenfluencer

Com o belo desafio de falar para os leitores da Agência Eco Nordeste sobre Inovação e Sustentabilidade, de imediato me auto questionei sobre as inúmeras inovações voltadas para o Desenvolvimento Sustentável, as quais têm surgido todos os dias nos centros de pesquisa, instituições, empresas e salas de aulas de modo geral e amplamente divulgadas pelas mídias.

Mas será que tudo o que começa a emergir para a Sustentabilidade é de fato uma inovação? E será que estas inovações são de fato sustentáveis? Neste jogo semântico temos uma bela oportunidade de entender onde estamos e, com sorte, refletirmos sobre para onde estamos caminhando.

É comum que pensemos, a priori, em inovação necessariamente associada às tecnologias, assim como também é razoavelmente aceitável inferir que estamos inovando quando temos algum tipo de ideia aparentemente disruptiva.

Porém, com um olhar um pouco mais sensível e aprofundado sobre a natureza, percebemos que a sustentabilidade real existe muito antes de nós. Afinal, a natureza VIVE de modo sustentável e resiliente há pelos menos 3.8 bilhões de anos no planeta Terra, enquanto nós estamos aqui há cerca de 450 mil anos, e ainda não conseguimos esta façanha.

Portanto, não é difícil perceber que a primeira inovação da qual precisamos está em nosso modo de OLHAR para a natureza, deixando de entendê-la como mera fonte de “recursos naturais” – que estariam ao nosso dispor para usos e abusos –, e passando a percebê-la como fonte de conhecimento, inspiração e mentoria para uma vida sustentável.

Dito isto, me valerei de temas como biomimética, valoração de serviços ecossistêmicos, linearidade X sistemismo, complexidade, revolução ecojurídica e muitos outros (sejam inovadores ou regeneradores), para dialogar sobre uma sustentabilidade possível, a qual batizei de Sustentabilidade 4.0.

Espero que por aqui a inovação esteja presente não apenas em nível tecnológico, mas principalmente em nível de pensamento, visão, revisão de conceitos, novas metodologias e processos envolvidos em nossos modos de vida.

Nos vemos em breve!

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