Por Alice Sales
Colaboradora
O Projeto Manatí, realizado pela Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis) deu início a uma modalidade inédita para a coleta de dados no âmbito da preservação de mamíferos aquáticos no Estado do Ceará.
Testes com veículos aéreos não tripulados (Vant) ou drones foram iniciados para detecção de peixes-boi (Trichechus manatus) nas praias de Picos e Peroba, em Icapuí, no Litoral Leste do Ceará.
A intenção é realizar estudos de estimativa de abundância e ecologia espacial, além da captação de imagens inéditas das atividades dos sirênios em seu habitat. Com isso, o Ceará avança mais um nível na pesquisa científica e preservação de uma espécie tão importante para o equilíbrio ambiental.
De acordo com Katherine Fiedle, coordenadora interina do Projeto Manatí, um dos grandes desafios quando se realiza estudos populacionais de peixe-boi é a detecção dos animais. Isso porque, no Brasil, além de ter uma baixa densidade, o peixe-boi habita principalmente áreas costeiras e estuarinas de águas escuras, que não permitem uma fácil visualização dos indivíduos.
A pesquisadora destaca, ainda, que o uso dos drones traz à pesquisa um menor custo, uma pegada ecológica menor e a possibilidade de obter imagens georreferenciadas de alta qualidade.
“Assim, iremos testar a efetividade do uso dessa tecnologia na detecção de peixes-boi, visando no futuro a realização de estimativas de abundância utilizando métodos de amostragem de distância (distance sampling), e de estudos de ecologia espacial, verificando as áreas prioritárias para a conservação da espécie”.
Para tanto, o Projeto Manatí conta com a parceria da DronDrones, mais uma iniciativa viabilizada pelo patrocínio da Petrobras para implementação de novas formas de pesquisa em prol da preservação de espécies marinhas ameaçadas.
Projeto Manatí
O Projeto Manatí visa diminuir as ameaças e impactos sobre o peixe-boi marinho e o boto-cinza, espécies ameaçadas de extinção no Brasil. Realizado pela Aquasis em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc) e com o patrocínio do Programa Petrobras Socioambiental, o projeto teve início em 2010 e atualmente encontra-se em sua terceira fase.
A iniciativa realiza ações de atendimento a encalhes de mamíferos marinhos no Ceará (monitoramento de praias e demanda da população), reabilitação, soltura e monitoramento; pesquisas genéticas e populacionais; atividades de informação e educação ambiental, com palestras, aulas, capacitações e eventos voltados para as comunidades tradicionais da costa do Ceará; articulação de políticas públicas, como a criação de Unidades de Conservação (UCs) e regulamentação de leis que protegem as espécies; e a gestão de UCs em importantes habitats do peixe-boi marinho e do boto-cinza no Ceará e Piauí.
Para saber mais sobre as ações desenvolvidas pelo Projeto Manatí e pela Aquasis e, também, colaborar com suas iniciativas, basta acompanhar os perfis oficiais no facebook, instagram e twitter ou acessar os sites www.projetomanati.org.br e www.aquasis.org
Parabéns, cientistas que preservam o meio ambiente e o habitat marinho