Fortaleza – CE. “Não é só o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles que quer ‘passar uma boiada’ se aproveitando da pandemia do Covid-19“. Assim as Pastorais Ambientais do Brasil abrem uma nota de repúdio em relação a projeto imobiliário aprovado na semana passada para as dunas da Sabiaguaba.
No dia 8 de julho de 2020, o Conselho Gestor da Sabiaguaba, que é coordenado pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza (Seuma), aprovou um projeto de loteamento de mais de 500 mil m² de floresta, no bairro Sabiaguaba, em Fortaleza (CE).
“Nós, das Pastorais Ambientais do Brasil e o Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil, repudiamos esta decisão e solicitamos a sua revogação imediata”, já que a área guarda uma biodiversidade riquíssima com várias espécies da fauna e da flora da Mata Atlântica e ecossistemas associados, como manguezais, restingas e dunas, que são protegidas pela Lei Nº 11.428/2006″.
A nota destaca, ainda, que o local é de fundamental importância para o equilíbrio climático, pois apenas 3% da cidade de possui área verde e uma intervenção tão violenta causaria impactos negativos diretos na qualidade de vida das pessoas e grandes danos ao ecossistema com espécies endêmicas que precisam ser mais estudadas e preservadas.
E sugere: “Ao invés de a gestão pública junto com a iniciativa privada promoverem a destruição e degradação deste ambiente, o que impactará as presentes e futuras gerações, propomos maior investimento em pesquisa, fiscalização e educação ambiental no Parque Natural das Dunas da Sabiaguaba, juntamente com uma maior participação dos movimentos ambientalistas no conselho gestor”.
Por fim, declara: “Nós, das Pastorais Ambientais do Brasil e do Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil, nos irmanamos com todas as instituições e movimentos que estão na luta em defesa da Mãe Natureza, em especial do Parque Natural Dunas da Sabiaguaba, Paz e Bem
para todos e todas”.
E conclui: “A Casa Comum pede socorro é nossa obrigação cuidarmos da criação, chega de se colocar o lucro e a ganância acima de tudo. SALVEM SABIAGUABA.”
Assinam a nota dom Roberto Francisco Ferrería Paz, bispo da Diocese de Campos dos Goytacases (RJ) e referencial / animador do Encontro Nacional das Pastorais Ambientais; frei César Lindemberg, OFM, do Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil dos Frades Menores; e as Pastorais Ambientais das seguintes Arquidioceses e Dioceses:
Diocese de São João de Meriti e Caxias (RJ), Diocese do Xingu (PA), Prelazia de Itacoatiara (AM), Província Eclesiástica de Mariana (MG), Arquidiocese de Belém (PA), Arquidiocese de Manaus (AM), Arquidiocese de Olinda e Recife (PE), Arquidiocese de São Luiz (MA), Arquidiocese de São Paulo (SP), Arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ), Diocese de Bom Jesus da Lapa (BA), Diocese de Campo Limpo (SP), Diocese de Campos dos Goytacases (RJ), Diocese de Floresta (PE) e Diocese de Santos (SP).