A ameaça de expulsão de mais 800 famílias quilombolas do litoral do município é reavivada pelo atual governo federal aumentando o clima de incerteza e insegurança jurídica | Foto: Maristela Crispim

Alcântara – MA. O Ciclo de Estudos sobre o histórico conflito vivido entre as comunidades quilombolas e o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), instalado na década de 1980, oferece ao público interessado um amplo e qualificado debate sobre questão, justamente num momento tão delicado em que a ameaça de expulsão de mais 800 famílias quilombolas do litoral do Município é reavivada pelo atual governo federal agudizando o clima de incerteza e insegurança jurídica destas famílias. Aliás, esta é uma característica marcantes do processo de implantação e gestão do CLA em relação às comunidades quilombolas.

Além de dar acesso ao público interessado a um maior entendimento e aprofundamento das questões referentes à luta das comunidades quilombolas de Alcântara, o Ciclo de Estudos tem como objetivo apoiar Danilo Serejo, colaborador antigo das comunidades quilombolas de Alcântara, para a garantia de condições financeiras mínimas de sobrevivência dele e da família.

Serejo, que é quilombola da comunidade de Canelatiua, bacharel em Direito e mestre em Ciência Política, é colaborador voluntário da causa desde 2003. Desde então, vem se dedicando quase que exclusivamente à defesa e proteção das comunidades alcantarenses, juntamente com as demais instituições e lideranças do Município.

Desde agosto de 2019 Serejo está desempregado e vem passando por dificuldades para manter o seu sustento e da sua família, situação que se agravou durante a pandemia da Covid-19. Diante da situação, os movimentos convidaram alguns parceiros e parceiras que desenvolvem algum tipo de atuação em Alcântara para colaborar voluntária e solidariamente no debate, e, para tanto, será cobrada uma taxa simbólica de inscrição a cada debate realizado, cujo valor será revertido a Serejo e sua família.

Serejo é hoje uma importante liderança do território quilombola de Alcântara. Desde 2017, algumas das principais ações estratégicas têm sido coordenadas por ele, como o II Seminário Alcântara: a Base Espacial e o Impasses Sociais; Missão do Conselho Nacional de Direitos Humanos às comunidades de Alcântara; Visita da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) ao território de Alcântara; agendas internacionais; audiências na CIDH; agendas no Congresso Nacional; coordenação do processo de elaboração do Protocolo Comunitário de Consulta e Consentimento Prévio das Comunidades de Alcântara; e mobilização e articulação de parcerias estratégicas para a defesa e proteção das comunidades.

Mais informações, programação e inscrições, clique aqui.

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