Na pesquisa, a incorporação de 15 e 30 toneladas por hectare da palha de milho teve melhor efeito em relação ao gesso, aumentando tanto taxa de infiltração da água, quanto a lixiviação dos sais | Foto: Maristela Crispim

A salinidade do solo nas zonas áridas e semiáridas limita a utilização da terra para a produção de alimentos. Esse problema atinge aproximadamente 230 milhões de hectares de terra irrigada no mundo. No Semiárido brasileiro, cerca de 25% das áreas irrigadas apresentam altos níveis de salinidade.

Na Agricultura Familiar, a utilização de solos degradados pela salinização não pode ser desprezada, daí a necessidade de desenvolver técnicas economicamente viáveis para sua remediação o retorno ao uso agrícola produtivo.

No processo de recuperação desses solos, a remoção imediata dos sais é essencial, uma vez que estes reduzem drasticamente a drenagem e os inviabiliza para a agricultura. Foi com base nessas preocupações que pesquisadores de quatro instituições estudaram o efeito da adição de esterco ou palha de milho, combinado ou não com gesso, na recuperação da capacidade produtiva de solos afetados por sais.

O Artigo “Use of Maize Straw or Animal Manure as an Alternative to Gypsum to Ameliorate Saline-Sodic Soils” (“Uso de Palha de Milho ou Estrume Animal como Alternativa ao Gesso para Melhorar a Salinidade Sódica dos Solos”) foi publicado no Journal of Experimental Agriculture International, no dia 14 de março passado.

Os autores são: Antonio Celso Dantas Antonino, Dario Costa Primo, Everardo Valadares de Sá Barreto Sampaio, Júlio Cesar Rodrigues Martins, Kennedy Nascimento Jesus, Rômulo Simões Cesar Menezes e Tiago Diniz Althoff, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Aldrin Martin Pérez Marin, do Instituto Nacional do Semiárido (Insa); Antonio Raimundo Sousa, do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA); e Renisson Neponuceno Araújo Filho, da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

Os pesquisadores destacam que a incorporação de 15 e 30 toneladas por hectare da palha de milho teve melhor efeito em relação ao gesso, aumentando tanto taxa de infiltração da água, quanto a lixiviação dos sais. Nos solos que receberam 15 toneladas por hectare de esterco, o crescimento das plantas de milho foi maior do que nos solos que receberam gesso, porém o esterco diminui a infiltração de água no solo, o que afeta a eficiência na lavagem dos sais.

Em sínteses, os pesquisadores destacam que, os resultados deste estudo indicam que a aplicação e os insumos orgânicos melhoram as condições físicas dos solos afetados por sais, reduzindo a salinidade e a necessidade de aquisição de gesso pelos agricultores.

Aos agricultores que desejem acelerar o processo recuperação de solos afetados por sais, os pesquisadores recomenda o uso combinado de gesso com resíduos orgânicos (palha de milho e esterco).

Com informações do Insa

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