A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu, em 2015, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável com 17 objetivos e 169 metas a serem atingidos até 2030. A agenda engloba diversas áreas, dentre elas a energia.
Os ODS estarão dentre as temáticas abordadas no XXIII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica (Sendi), maior evento do segmento, que acontece em Fortaleza, de 20 a 23 de novembro, no Centro de Eventos do Ceará. Um dos espaços que vai abordar os objetivos é o painel “Como o Setor Elétrico pode atender as novas as exigências dos clientes quanto à sustentabilidade em um mundo cada vez mais conectado”.
A discussão acontece na quarta (21), às 8h30, com palestra e mediação de Carlo Pereira, secretário-executivo do Pacto Global da ONU no Brasil. Além dele, debatem a temática Márcio Pontual, assessor da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS); Nicola Cotugno, country manager da Enel Brasil; André Dorf, presidente da CPFL Energia; Antonio Sérgio de Souza Guetter, presidente da Copel Distribuição; e Michel Nunes Iktes, diretor-presidente de distribuição da EDP Brasil.
Integração dos ODS no Sistema Elétrico Brasileiro
No Brasil, a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), a CPFL Energia e a Enel encabeçaram o estudo “Integração dos ODS no Sistema Elétrico Brasileiro”, conduzido pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEA-RP/USP) e Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). A pesquisa teve participação de 96% das empresas do setor de distribuição de energia. O objetivo é avaliar como os Objetivos Globais têm influenciado o trabalho das empresas – públicas e privadas – elétricas brasileiras.
Além de ser vital para a economia e para a sociedade – em função de suprir um bem público essencial para a produção de bens e serviços –, trata-se de um setor cuja atividade está intimamente ligada às Mudanças Climáticas e que vem discutindo a inserção de fontes alternativas de energia na matriz elétrica do País, o que faz referência ao ODS 7 (Energia Limpa e Acessível), entre outros ODS correlatos.
A pesquisa revelou que, dentre as motivações para trabalhar com os ODS, 65% das empresas destacaram como principal alinhar a estratégia organizacional às boas práticas de sustentabilidade corporativa. Além disso, 40% das empresas participantes da pesquisa já consideram alguns ODS como referência para revisar a sua estratégia.
O estudo também apontou que a definição de metas e indicadores relacionados aos ODS são os maiores desafios para as empresas pesquisadas. Outro fator positivo é que metade das empresas do setor já participa de iniciativas ligadas aos ODS como forma de compromisso com a Agenda 2030.
O ODS 7 (Energia limpa e acessível) foi elencado em primeiro lugar por todas as empresas participantes da survey, tanto como oportunidade de negócios para o setor, como relativo aos impactos que o setor tem para o atingimento dos ODS. O crescente esforço de adoção de fontes renováveis e os fortes investimentos previstos para essas tecnologias limpas nos próximos anos podem explicar tal resultado.
Em segundo lugar, apareceu como o mais relevante o ODS 13 (Combate às mudanças climáticas). Este resultado deve-se a dois fatores: primeiro, pelo fato de as matrizes energéticas serem o centro da discussão atual sobre alterações climáticas e, segundo, pelas empresas participantes desse estudo serem ativas em todos os fóruns de debate relacionados ao tema, envolvendo-se principalmente nas COPs.
Maior evento do setor de energia elétrica do Brasil
O Sendi é realizado desde 1962 a cada dois anos e, após dez anos, será realizado em uma capital nordestina novamente. O evento é realizado pela Abradee e, nesta edição, tem coordenação da Enel Distribuição Ceará. Deve reunir cerca de 5 mil pessoas, no Centro de Eventos do Ceará. Além dos colaboradores das empresas de distribuição, tem como público alvo pessoas que trabalham no sistema elétrico como um tudo, além de pesquisadores e estudantes. Os pilares do evento são sustentabilidade, gestão regulatória, digitalização/clientes e mobilidade elétrica.
Leia a pesquisa na íntegra aqui
Inscrições no Sendi