Evento contou com a participação de representantes de diversos países que conheceram a metodologia de elaboração do inventário realizado em seis meses

O encontro teve como objetivo inspirar outros estados e gerar confiança para o desenvolvimento de inventário em curtos prazos de tempo | Foto: Lu Rocha / Semas-PE

Recife – PE. A metodologia inovadora utilizada pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas-PE), para a realização do primeiro Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE) do Estado em apenas seis meses foi apresentada nessa quarta (8), na série “Monitoramento para a ação”, do Projeto Pegada Climática, para representantes de diversos países.

O encontro teve como objetivo inspirar outros estados e gerar confiança para o desenvolvimento de inventário em curtos prazos de tempo, apresentando os detalhes e as dicas da metodologia utilizada por Pernambuco. O encontro, transmitido em português e inglês, contou com a participação de representantes de outros estados brasileiros, além de Portugal, México, África do Sul, Inglaterra e Irã.

A superintendente de Sustentabilidade e Clima da Semas, Samanta Della Bella, destacou que Pernambuco está localizado numa área classificada como uma das mais vulneráveis às mudanças do clima no mundo. “O Estado tem uma parte litorânea que sofre com o aumento do nível do mar, e tem quase 90% do seu território sofrendo com escassez de água e altas temperaturas, existindo inclusive processos de desertificação. A gestão atual tem o entendimento que a pauta climática é prioridade e criou um departamento específico para isso. O inventário é uma ferramenta importante para dar início à elaboração de uma política de baixo carbono. Para as coisas acontecerem, é preciso uma combinação de fatores favoráveis. E, agora tivemos essa combinação de disposição política, recursos humanos, técnicos e financeiros”, destacou.

Também foi ressaltado o protagonismo de Pernambuco em ter levado a pauta climática para outros estados, por meio do Consórcio Nordeste, além de integrar eventos internacionais, como a The Climate Week de Nova Iorque, nos Estados Unidos; e a COP 25, em Madrid, na Espanha, ambos realizados no ano passado.

“Essa liderança e visibilidade são importantes para que o enfrentamento à crise climática seja uma prioridade para toda a sociedade e em todos os setores produtivos. As empresas têm que trabalhar em seus cenários incluindo os riscos às mudanças do clima. Não dá mais para se ter uma visão de futuro sem tratar de economia de baixo carbono, desenvolvimento sustentável e resiliência”, disse Samanta.

O gerente de Baixo Carbono da Semas e coordenador do inventário, Hugo Moraes, destacou os desafios no processo de produção do documento e a importante participação dos setores. “O Estado precisava calcular as emissões de vários setores e aplicar a metodologia do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Se priorizou abordar a metodologia do nível básico para incluir o máximo de categorias possíveis. Nesse processo é importante destacar a transparência das ações para os setores envolvidos, assim como as capacitações do Projeto Pegada Climática e a reativação do Fórum Pernambucano de Mudança do Clima, que promoveu debates com representantes da sociedade civil, academia, ONGs, poder público, associações e setores produtivos”, frisou.

O inventário pernambucano foi elaborado a partir de uma parceria com a instituição internacional Under2 Coalition, integrando o Programa Pegada Climática. Ele traz um levantamento quantitativo das emissões em todo o Estado, no período de 2015 a 2018, abrangendo cinco setores: energia estacionária, transporte, resíduos (efluentes e resíduos sólidos urbanos), processos industriais e uso do solo (agricultura, pecuária, etc).

Os trabalhos foram concluídos e apresentados na Conferência Brasileira do Mudança do Clima, realizada em Recife, em novembro de 2019. O documento serve de base agora para a elaboração dos Planos Setoriais que vão estabelecer as metas e as ações para os setores produtivos implementarem estratégias visando a redução das as emissões de GEE.

O Programa Pegada Climática apoia estados e governos regionais na melhoria das suas estratégias de redução de emissões de GEE em diversos países. A iniciativa visa apoiar governos repassando conhecimentos e instrumentos necessários na implantação de sistema que avaliam emissões de GEE com precisão.

Assim, o poder público pode acompanhar os dados e garantir que as políticas públicas permaneçam adequadas ao cumprimento de metas de redução emissões de CO2. A coalizão foi criada em 2015 e é formada por mais de 220 governos que representam 43% da economia global.

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