Fortaleza – CE. O Governo do Estado do Ceará se prepara para lançar, neste começo de ano, o edital para a construção e operação de uma planta de dessalinização que visa beneficiar 720 mil pessoas. Com o objetivo de diversificar a matriz hídrica da capital cearense, o projeto se propõe a instalar a maior usina do tipo no Brasil.
Após uma série de etapas relacionadas ao escopo do projeto, o edital que trata da concessão propriamente dita da usina passou, em dezembro, por consulta e audiência pública. A área para a locação da usina deverá ser a Praia do Futuro, um dos cartões-postais de Fortaleza.
“Com o agravamento da situação hídrica no Estado do Ceará, iniciamos esse projeto, tudo muito bem estruturado. Além dos 15 estudos e projetos elaborados por empresa contratada, também seguimos diretrizes do Governo do Ceará, por meio da Secretaria dos Recursos Hídricos, mas também do município de Fortaleza, por meio do projeto Fortaleza 2040”, explicou Neuri Freitas, diretor-presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).
Redução na dependência das chuvas
Segundo o governo estadual, a não dependência das chuvas é uma grande vantagem do sistema de dessalinização. Outro benefício citado é o alívio que proporciona para as reservas hídricas atualmente usadas no macrossistema de abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), o Pacoti/Riachão/Gavião.
O secretário de Recursos Hídricos do Ceará, Francisco Teixeira, acredita que a tendência é que cada vez mais se parta para esse tipo de opção: “Em nossas soluções hídricas para o Ceará, temos que levar em conta a garantia de água sem chuva e diminuição do risco. Para isso, temos que trabalhar com diversas fontes. A rigor, a planta de dessalinização será acionada nos momentos de interrupção dos mananciais principais, que no nosso caso são desencadeados pela falta de chuva. Cada vez mais o futuro olha para esses tipos de sistema”.
A maior usina em extensão e produção de água
Apesar de não ser a primeira, a usina será a maior do Brasil em extensão e em produção de água. Em Fernando de Noronha, por exemplo, a usina dessalinizadora já fornece 40% da água utilizada no arquipélago. A produção, no entanto, está atualmente em 18 m³/h.
A dessalinização já tem se destacado no Ceará como opção de abastecimento humano. Essas instalações, no entanto, são estruturas pequenas, implantadas em 34 municípios do interior do Estado.