Crateús (CE) / Buriti dos Montes (PI). Em setembro a Reserva Natural Serra das Almas completou duas décadas, fruto de 22 anos de trabalho da Associação Caatinga, completados neste mês de outubro. O que mudou neste período? Tivemos avanços? Quais? Quais são os principais desafios enfrentados para a conservação dos serviços ecossistêmicos no bioma Caatinga? Essas e outras questões serão respondidas na conversa quinzenal da Eco Nordeste que recebe, neste dia 14, Sandino Moreira, que é coordenador de Educação Ambiental na Associação Caatinga, conduzida pela fundadora, gestora e editora geral da Eco Nordeste, Maristela Crispim.
A Associação Caatinga (AC) tem a missão de promover a conservação das terras, florestas e águas da Caatinga para garantir a permanência de todas as suas formas de vida. Há 22 anos atua na conservação e valorização do bioma Caatinga ameaçado e que concentra a maior biodiversidade dentre as regiões semiáridas do Planeta.
Linhas de ação
- Apoio à criação e gestão de áreas protegidas
- Restauração florestal
- Disseminação de tecnologias sustentáveis de convivência com o Semiárido
- Educação Ambiental
- Comunicação para a valorização da Caatinga
- Apoio ao desenvolvimento de políticas públicas socioambientais
- Fomento à pesquisa
A AC trabalha na construção de uma rede de parceiros, potencializando a mobilização de pessoas e instituições interessadas na conservação da biodiversidade da Caatinga, num espectro que abrange universidades, órgãos técnicos e de financiamento, proprietários rurais, agricultores familiares, empresas, organizações do terceiro setor e instituições governamentais.
Reserva Natural Serra das Almas
A ONG também desenvolve ações envolvendo comunidades rurais. Nesta perspectiva, iniciou sua atuação com a implantação da Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), em 2000. Desde 2007 desenvolve modelo integrado de conservação da Caatinga aliando prioridades de conservação às prioridades de desenvolvimento local sustentável, trabalhando em parceria com as comunidades localizadas no entorno.
A Reserva Natural Serra das Almas é reconhecida, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como primeiro Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Caatinga por abrigar uma representativa área da Caatinga protegida. São 6.285,38 hectares de área protegida que resguardam três nascentes e espécies ameaçadas de extinção. São desenvolvidas atividades de pesquisa científica, recreação e visitação escolar, além de projetos de educação ambiental e desenvolvimento sustentável junto às comunidades do entorno da reserva, combinando preservação ambiental com geração de renda e melhoria da qualidade de vida local.
No último levantamento realizado foram encontradas na RNSA 45 espécies de mamíferos, 237 de aves, 45 de répteis, 33 de anfíbios e 323 espécies de plantas até o momento, distribuídas em três tipos de vegetação, que ocorrem conforme as características naturais do local: Caatinga Arbórea (árvores que chegam a alcançar 20 metros de altura), Carrasco (arbustos de caules finos e emaranhados) e Mata Seca (floresta alta que ocorre no topo e encosta das serras).
Sandino Moreira
Sandino é biólogo formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), especialista em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Coordenador de Educação Ambiental na Associação Caatinga, possui experiência de 11 anos na elaboração e execução de projetos socioambientais e consultorias, prospecção de editais e parcerias, assim como na produção de materiais didáticos contextualizados e instrumentalização de conteúdos. Também é membro da equipe técnica do Projeto de Conservação do Tatu-Bola (Tolypeutes tricinctus).
Maristela Crispim
Fundadora, gestora e editora geral da Eco Nordeste – Agência de Conteúdo, é jornalista (UFC) e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (UFC). Deu aula de Comunicação Ambiental na Pós-Graduação da Universidade de Fortaleza (Unifor). Coordenou, em 2019, a primeira Virada Sustentável Fortaleza. Foi repórter, redatora, editora, colunista e blogueira do jornal Diário do Nordeste, onde atuou por mais de 24 anos. Foi finalista e premiada 45 vezes, entre 2002 e 2017, em concursos jornalísticos locais, nacionais e internacionais.
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