Três baianos e um potiguar trouxeram quatro das sete medalhas de ouro conquistadas em Tóquio. Sem contar que uma maranhense e uma baiana conquistaram medalha de prata.
Por Líliam Cunha
Colaboradora
Tóquio se despediu, em 8 de agosto de 2021, uma semana atrás, das Olimpíadas 2020. A capital japonesa já havia sediado os jogos em 1964. Dessa vez, adiados pela pandemia de Covid-19 uniram o mundo na torcida por seus atletas e aqui no Brasil não foi diferente.
Devido ao fuso horário (12h de diferença em relação à Brasília – fuso oficial do País), acompanhar as Olimpíadas exigiu dos telespectadores brasileiros um esforço extra, madrugada virou dia e a recompensa veio com a melhor campanha dos atletas brasileiros em todas as edições dos jogos olímpicos: 21 medalhas no total – 7 de ouro, 6 de prata e 8 de bronze.
E se o resultado do País foi o melhor da história, chamou atenção o desempenho dos atletas nordestinos. Com 47 representantes, dos nove estados, eles trouxeram para casa quatro das sete medalhas de ouro conquistadas em Tóquio e duas pratas, isso considerando os resultados nos esportes individuais.
A primeira delas veio com o potiguar Ítalo Ferreira, no Surfe e as outras três com os baianos Ana Marcela Cunha, na Maratona Aquática; Isaquias Queiroz, na Canoagem; e Hebert Conceição, no Boxe. As pratas vieram com a fadinha maranhense Rayssa Leal, no Skate; e a também baiana, Bia Ferreira, no Boxe.
O protagonismo inédito da região, que é pouco valorizada no circuito esportivo brasileiro, encheu todo o povo nordestino de orgulho, mas fez também despertar questões sociais históricas. Na internet, termos preconceituosos foram ressignificados. Se antes “paraibada” era utilizado de maneira pejorativa em outras regiões do País para se referir a coisas ruins, internautas classificaram cada nova conquista nordestina como uma “paraibada”.
Com um total de seis medalhas, houve, é claro, quem se inspirasse no verso da música Nordeste Independente, de autoria de Ivanildo Vilanova e Bráulio Tavares, “Imagine o Brasil ser dividido e o Nordeste ficar independente”, e buscasse a classificação da região no quadro geral de medalhas.
Ficou curioso para saber o resultado? Pois bem, se o Nordeste fosse uma nação independente chegaria ao fim da competição em 20º lugar no quadro de medalhas, à frente de países como Jamaica, Espanha, Dinamarca, Equador, Argentina, Portugal e do Brasil, que sem as medalhas de Ítalo, Isaquias, Ana Marcela e Hebert, cairia de 12º para 24º colocado.