As agricultoras e agricultores familiares do Nordeste vêm buscado uma convivência mais harmônica com a natureza e a produção de alimentos mais saudáveis

A Liberdade de produzir e consumir alimentos de qualidade é a síntese da importância do papel da agricultura familiar no Nordeste | Foto: Elionardo Lima

“Primeiro, agricultura se faz com amor. Todo agricultor e toda agricultora têm muito amor e respeito pela natureza, pelas sementes, pelo cultivo. Segundo, produzir seu alimento é um ato de liberdade”. Essas palavras são de Nelson Ferreira, agricultor e presidente do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de Lagoa Seca, na Paraíba.

A Liberdade de produzir e consumir alimentos de qualidade é a síntese da importância do papel da agricultura familiar no Nordeste. Aos consumidores fica a responsabilidade do consumo consciente desse alimento de verdade, produzido com amor, destaca a associação paraibana AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecologia.

A atividade é uma das mais antigas da história da humanidade, já que constituiu-se no período Neolítico há mais ou menos 10 mil anos, o que permitiu a sedentarização do ser humano, ou seja, o fim da prática nômade, o que alicerçou as primeiras bases para a formação das civilizações e sociedades.

No mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a agricultura familiar é responsável por 80% da produção de alimentos. No Brasil, a agricultura familiar é o principal regime de organização da produção rural. O Nordeste concentra aproximadamente 50% dos estabelecimentos de agricultura familiar do País.

Homenagens

O dia 28 de julho é dedicado ao agricultor no Brasil desde 1960, por decreto assinado pelo presidente Juscelino Kubitschek, que reconhecia os agricultores como os principais responsáveis pelo crescimento econômico do País.

Já o Dia Internacional da Agricultura Familiar, 25 de julho, foi criada em 2014, pelo Ano Internacional da Agricultura Familiar, definido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

A homenagem às agricultoras e agricultores, além de justa, é necessária, pois trata-se de um dos mais relevantes serviços prestados para a sociedade emuitas vezes esquecidos por quem vive nas cidades.

Desafios

Apesar de a agricultura familiar ser peça chave na garantia da segurança alimentar e nutricional da população, as políticas públicas voltadas para sua promoção vêm sofrendo gradativa desestruturação, em especial o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Essa situação colabora para o agravamento da insegurança alimentar no País, intensificada pela pandemia da Covid-19. Segundo dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) divulgados em 2020, são 19 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar.

Segurança Alimentar

Na semana, em que é comemorado o Dia Internacional da Agricultura Familiar e o Dia do Agricultor, a Agência de Desenvolvimento Econômico Local (Adel) vai realizar a Live “O papel da Agricultura Familiar na Segurança Alimentar”, Será nesta quinta-feira (29), às 18h, no seu canal do YouTube e LinkedIn.

O evento conta com a participação do professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), José Arimatea Bezerra, especialista em Educação Popular em Saúde e coordenador de gestão do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição do Escolar (Cecane) /UFC. A mediação será da assessora de negócios da Adel, Régma Queiroz, profissional com experiência em gestão de programas de desenvolvimento rural.

De acordo com Gláucio Gomes, diretor de desenvolvimento na Adel, nas pequenas propriedades rurais vivem famílias que produzem comida que contribui para atender, com oferta de preços mais justos, à demanda de todo o País e que, ao mesmo tempo, integram o segmento social mais afetado por cenários de pobreza extrema e insegurança alimentar no Brasil.

“Essa é uma das grandes contradições de nossa sociedade. O desenvolvimento sustentável e com justiça social passa pelo fortalecimento da agricultura familiar. E agricultoras e agricultores precisam de acesso a conhecimento e tecnologia, de suporte técnico, de investimento e da disponibilidade de políticas públicas que formem uma rede de proteção social sólida para garantia de seus direitos fundamentais. O ganho de produtividade e de rentabilidade na agricultura familiar no Brasil representaria impacto social positivo ímpar e uma verdadeira transformação na realidade do campo no País”, ressalta.

Na Live, a Adel espera reforçar o debate sobre as políticas públicas voltadas para o fortalecimento da agricultura familiar e como essa atividade pode auxiliar no combate à fome, fenômeno social, político e econômico que vem se intensificando no Brasil. Para participar do encontro, inscreva-se no canal da Adel do YouTube e marque o lembrete.

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