Dona de sua própria história e carreira premiada, a cientista brasileira Joana D’Arc Félix fala sobre a sua trajetória e pesquisas hoje, no Teatro RioMar Fortaleza

Dona de sua própria história e carreira premiada, a cientista brasileira Joana D’Arc Félix estará em Fortaleza nesta quarta-eira (13) para compartilhar sua trajetória e conhecimentos em palestra no Teatro RioMar Fortaleza, às 20h30. O evento é pago, com mais informações no site do Teatro.

Perfil

Natural de Franca, interior de São Paulo, Joana D’Arc conquistou seu título de PhD em Química por Harvard aos 25 anos. Para chegar onde está agora, com 103 prêmios por suas pesquisas aos 53 anos de idade, a cientista enfrentou inúmeras adversidades e preconceitos por ser de origem humilde, negra e mulher.

Filha de uma empregada doméstica e de um funcionário de um curtume em Franca, aos 14 anos, quando começou a Faculdade de Química na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),  morou sozinha num pensionato e dormiu muitas noites com fome. De lá, partiu para os Estados Unidos. Por conta de problemas familiares, os planos foram interrompidos em 1999, quando precisou voltar ao Brasil.

Pesquisa

Desde 2004, faz pesquisa de ponta com alunos da Escola Agrícola Técnica Professor Carmelino Corrêa Júnior, em Franca, onde a maioria dos alunos é, como ela, de origem humilde. Correu atrás de bolsas de iniciação científica para os estudantes e, com eles, registrou 15 patentes nacionais e internacionais. Ganhou 72 prêmios nas áreas de Química e Sustentabilidade.

Foi agraciada com o Kurt Politizer de Tecnologia em 2014, da Associação Brasileira da Indústria Química (Abquim), como reconhecimento aos projetos de inovação tecnológica na área, especialmente a pesquisa que desenvolveu a aplicação da pele suína em transplantes de pele em seres humanos.

Ciência pela Sustentabilidade

Joana e seus bolsistas desenvolvem pesquisas e inventos feitos a partir de resíduos de curtume, processo que transforma pele em couro. Entre as suas inovações estão cimento ósseo para reconstituir fraturas; colágeno para o tratamento de osteoporose e osteoartrite; sapatos com antimicrobianos para combater micoses e rachaduras no pé; pele humana artificial para transplante utilizando sobras de pele suína; cinco fertilizantes; e até um sistema de filtragem de água aproveitando escamas de peixe.

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