Semana Fashion Revolution 2020 questiona a segurança dos trabalhadores da moda

Sob o contexto da pandemia que está mudando o mundo, o movimento aborda, de 20 a 26 de abril, os temas consumo, composição das roupas, condições de trabalho e ações coletivas

A campanha de 2020 da Semana Fashion Revolution aborda quatro temas: consumo, composição, condições de trabalho e ações coletivas

Fortaleza – CE. Durante a Semana Fashion Revolution, entre os dias 20 e 26 de abril, o Fashion Revolution convida ao questionamento #QuemFezMinhasRoupas, e demandar que as marcas de moda protejam e deem suporte para os trabalhadores de sua cadeia de produção.

A programação, desenvolvida simultaneamente em mais de 100 países, será totalmente digital e irá promover o debate sobre como podemos revolucionar a história da moda rumo à um setor mais transparente, ético e limpo.

No Ceará, o desafio HAULTERNATIVES será realizado por diversos convidados, de 20 a 26, das 9h30 às 10h30. Nos dias 20 e 22, haverá programação especial, das 20h30 às 21h30, com Celina Hissa e Nara Brandão. No dia 24, está programado um webinar com o Repense Sustentabilidade.

Fashion Revolution

Desde a tragédia do Rana Plaza, em 2013, o Fashion Revolution mobiliza a sociedade em prol de uma indústria da moda que respeite e valorize a natureza e a vida de todos que fazem parte da sua cadeia produtiva. Neste momento não é diferente. Em tempos de crise é necessário atentar principalmente para os mais vulneráveis, que na moda, é falar sobre quem ocupa as pontas: as pessoas que fazem nossas roupas.

A crise decorrente do Covid-19 está prejudicando milhões de trabalhadores em todo o mundo. Em Bangladesh, o segundo maior produtor global de itens de vestuário, já foi calculado em quase 3 bilhões de dólares a quantidade de pedidos cancelados de acordo com a revista Forbes. Além de muitos estarem desempregados, a situação é nada favorável para um isolamento social, pois muitos dos trabalhadores vivem em moradias precárias, sem acesso a água limpa e produtos de higiene.

No Brasil a realidade não é tão diferente. Pedidos cancelados, fábricas paralisadas e muitos trabalhadores impossibilitados de produzir, em uma realidade onde muitos dependem da produção diária para se alimentar.

Seguindo a determinação das autoridades para conter a disseminação do Covid-19, o Fashion Revolution não irá realizar nenhuma atividade presencial e incentiva que, neste momento, a garantia da segurança (de saúde e financeira) de todos os trabalhadores do setor, seja a prioridade, tanto para os empresários, quanto para o governo e sociedade civil.

A campanha de 2020 da Semana Fashion Revolution aborda quatro temas: consumo, composição, condições de trabalho e ações coletivas. Esses temas, que aprofundam a narrativa do movimento, nunca se mostraram tão importantes quanto neste momento de desafios que a pandemia está nos submetendo.

“Mais do que nunca precisamos questionar o modelo de consumo no qual a sociedade como um todo está imersa, e quais os impactos que a cultura da descartabilidade tem sobre trabalhadores e o meio ambiente. Mais do que nunca precisamos nos interessar sobre a composição das roupas, e o que isso representa na rotina de todos os trabalhadores que manuseiam químicos diariamente, impactando na sua saúde, e também na saúde do solo e das águas”, enfatiza o movimento.

As condições de trabalho precárias na indústria da moda, que sempre foram questionadas pelo movimento, se mostram exacerbadas em momentos como esse. Com demissões em massa e reduções de salário acontecendo na indústria, é colocada ainda mais luz sobre a vulnerabilidade dos trabalhadores. A falta de transparência, que muitas vezes encoberta a falta de responsabilidade das empresas para com seus trabalhadores, cria condições perfeitas para que pessoas sejam negligenciadas em detrimento ao lucro.

O Fashion Revolution acredita que a capacidade de empatia coletiva é fortalecida por nossa experiência global compartilhada. Precisamos usar do privilégio de ficar em casa nesse momento, que deveria ser um direito de todos, para amplificar nossas vozes. “Agora, mais do que nunca, precisamos promover ações coletivas para que tenhamos ainda mais voz na luta por uma cadeia de moda mais justa”, defende o movimento.

A programação de atividades da Semana Fashion Revolution pode ser acompanhada em todo o País no site ​Semana Fashion Revolution​ e pelas suas redes sociais: @fash_rev_brasil

Programação do Ceará

De 20 e 26 – 9h30 – 10h30
Desafio HAULTERNATIVES
Vídeos no IGTV com pessoas diferentes
Convidados: @lorisdelfino / @gablesdourado / @beekiddo / @liaciarlini / @claradourado / @larbt_ / @belchioraraujo_ / @walkiriaamerico / @ligianott

20 – 20h30 – 21h30
Consumo e Estratégias
Live com Celina Hissa, da Catarina Mina; e Lorena Delfino, representante local do Fashion Revolution, no instagram da Catarina Mina, sobre consumo e estratégias que a marca está utilizando no atual contexto e quais as perspectivas para um cenário futuro.
Convidada: Marca – Catarina Mina @catarinamina

22 – 20h30 – 21h30
Direito da Moda
Live com Nara Brandão para falar o que é o direito da moda, qual sua forma de atuação e quais os direitos dos trabalhadores nesse contexto atual.
Convidada: Nara Brandão – Advogada e Presidente da comissão de Direito da Indústria e Comércio da Moda no Ceará – @narabrandao.adv

24 – 17h30 – 18h30
Webinar / Live com Repense
Sobre novas formas de consumo e percepções para o futuro da moda.
Convidados: @repensesustentabilidade – Coletivo que repensa a forma de viver nesse mundo por meio ações educacionais gratuitas no Ceará.

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