Projeto promove preservação ambiental e saberes tradicionais

Projeto dedicado à promoção da agricultura familiar sustentável terá duração de três anos e deve impactar mais de 3 mil pessoas

A imagem retrata casal de agricultores familiares em um ambiente rural, embaixo de um telhado de telhas vermelhas. Eles estão sorrindo e posicionados atrás de uma mesa repleta de produtos típicos da agricultura familiar. Sobre a mesa, há uma diversidade de itens armazenados em garrafas plásticas, como sementes, grãos e especiarias, incluindo milho, feijão e arroz vermelho, além de outros produtos naturais. O fundo da imagem mostra elementos de um cenário rural, como plantas e estruturas simples
Baseado na agroecologia, o projeto Floresta de Alimentos é dedicado, principalmente, à proteção e fortalecimento da agrosociobiodiversidade | Foto: Amanda Sampaio

O Centro de Estudos do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador e à Trabalhadora (Cetra), em parceria com a Diaconia, acaba de lançar, em Itapipoca, município do litoral oeste do Ceará, o projeto Floresta de Alimentos. A iniciativa é financiada pela Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental, e contempla diversas comunidades de municípios do Litoral Oeste/Vale do Curu, no Ceará, e do sertão do Rio Grande do Norte.

Baseado na agroecologia, o projeto Floresta de Alimentos é dedicado, principalmente, à proteção e fortalecimento da agrosociobiodiversidade. O conceito engloba tanto a preservação do meio ambiente quanto dos conhecimentos dos povos tradicionais do campo, como indígenas, quilombolas, pescadoras/es, marisqueiras/os e famílias agricultoras.

Em tempos de crise climática, o projeto objetiva fortalecer e criar corredores ecológicos, capturar gás carbônico da atmosfera, proteger nascentes de água, ao mesmo tempo em que favorece a segurança alimentar para as pessoas e outros seres vivos.

“A perspectiva desse projeto é que possamos implantar sistemas agroflorestais que vão fortalecer a produção de alimentos, de uma floresta de alimentos, em diversas comunidades e municípios, valorizando a experiência de agricultoras/es, e ainda contemplando áreas de preservação de vegetação nativa e de quintais produtivos”, indica o agrônomo e coordenador do projeto no Cetra, Luís Sobral.

O Floresta de Alimentos contempla ainda a implementação de tecnologias sociais, como o sistema de reaproveitamento da água da pia e do chuveiro para aguar plantas, o Reúso de Águas Cinzas (RAC) e os fogões ecológicos, versão diferenciada do fogão à lenha tradicional com redução do uso de madeira e da poluição por fumaça na cozinha.

Produzir água

O coordenador do projeto explica que os sistemas agroflorestais aumentam a produtividade dos solos e melhoram a captação de água. Isso é possível com a proteção do solo, por meio do cultivo de árvores e plantas adubadeiras e nativas na mesma área de culturas tradicionais, como o milho, feijão, arroz, frutas e hortaliças.

“A gente fala, na agrofloresta, que os agricultores podem produzir água. Quando você tem um ambiente com mais diversidade de espécies, mais árvores, você pode consorciar a agricultura naquele mesmo espaço. Não há perda de produtividade. Você tem um aumento da fertilidade, uma ciclagem de nutrientes”, conclui.

Litoral do Ceará e Sertão Potiguar

O Projeto Floresta de Alimentos será desenvolvido no Estado do Ceará, em parceria com a Rede de Agricultores/as Agroecológicos/as e Solidários/as dos territórios Vales do Curu / Litoral Oeste, nos municípios de Acaraú, Paracuru, Paraipaba, Trairi, Fortaleza e Itapipoca; e no Estado do Rio Grande do Norte, em parceria com os Sindicatos dos Trabalhadores/as Rurais dos Municípios de Mossoró, Carnaubais, Areia Branca, Alto do Rodrigues e Natal.

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