Situados no Piauí, empreendimentos terão recursos da ordem de R$ 4,8 bi
Lagoa do Barro / São Gonçalo do Gurguéia – PI. A paisagem da Caatinga piauiense, aos poucos, vai ganhando novas formas. Por lá, espécies nativa já começam a ganhar a companhia de aerogeradores gigantescos e painéis fotovoltaicos de última geração, capazes de transformar a energia do vento e do sol em eletricidade. Em meio à recessão econômica aprofundada pela pandemia, ações visando o desenvolvimento sustentável reacendem esperanças.
Os maiores parques eólico e solar da América do Sul, Lagoa dos Ventos e São Gonçalo, respectivamente, estão sendo construídos pela Enel Green Power Brasil (EGP), nos municípios de Lagoa do Barro e São Gonçalo do Gurguéia. O investimento total nos dois complexos é de R$ 4,8 bilhões, com 4.200 empregos diretos gerados no pico das obras, atualmente em fase final.
Recentemente, mostramos aqui na Eco Nordeste que a Bahia detém hoje o protagonismo na geração de energia eólica e solar no Brasil (Bahia se consolida na liderança da geração de energia eólica e solar no País). Todavia, o Piauí não pretende ficar para trás. Prova disso é que o Lagoa dos Ventos é o maior projeto eólico da EGP no mundo e deve entrar em operação ainda em 2021.
Por sua vez, o Parque Solar São Gonçalo já iniciou as operações da primeira etapa do projeto, de 475 MW, e a empresa está finalizando a construção da primeira expansão de 133 MW do empreendimento. Hoje, ao se considerar a capacidade instalada de todos os parques solares da Enel no Brasil (em construção e operação), cerca de 70% ficam no Piauí. Para a fonte eólica, são 44%.
Maiores produtores
“O Piauí, hoje, é um dos estados que está na vanguarda da geração de energias renováveis, especialmente energia solar e energia eólica”, destaca o secretário de Estado da Mineração, Petróleo e Energias Renováveis (Seminper), Wilson Brandão. No ranking da eólica, o Piauí ocupa o quinto lugar entre os maiores produtores desse tipo de energia no Brasil, ficando atrás apenas da Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará e Rio Grande do Sul. Quanto à energia solar, encontra-se na terceira colocação.
“Nosso Estado está vivenciando um momento importantíssimo nessa parte de construção de novas obras, de novos leilões, que irão ocorrer em 2021 e o Piauí está inserido neles, e, principalmente emprego e renda, pois temos milhares de trabalhadores, de famílias piauienses que estão tendo oportunidades de emprego nessas obras de construção de parques de energia solar e energia eólica, como também na área de linhas de transmissão e subestação”, ressalta o secretário.
Tecnologia inovadora
O Parque Solar São Gonçalo, em São Gonçalo do Gurguéia, é o primeiro projeto da Enel Green Power a utilizar módulos solares bifaciais, capazes de capturar energia solar de ambos os lados do painel. Essa tecnologia aumenta a geração de energia em até 18% e reduz em 11% a área ocupada pelos painéis. Toda a usina, de 608 MW, terá capacidade para gerar mais de 1.500 GWh por ano, evitando a emissão de mais de 860.000 toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera anualmente.
Já o Parque Eólico Lagoa dos Ventos, situado nos municípios de Lagoa do Barro do Piauí, Queimada Nova e Dom Inocêncio, conta com elementos inovadores na construção, como sensores de proximidade de máquinas para aumentar a segurança nos canteiros de obras, drones para realizar análises topográficas, rastreadores inteligentes de componentes de turbinas, bem como plataformas digitais e soluções de software para monitorar e apoiar remotamente as atividades de campo.
A usina terá, ao todo, 230 aerogeradores e, uma vez em pleno funcionamento, poderá gerar mais de 3,3 TWh por ano, evitando a emissão de mais de 1,6 milhão de toneladas de CO2 na atmosfera. “A construção de novos parques de produção de energias renováveis no Piauí vai agregar valores a tudo o que está sendo feito nas regiões onde estão localizados. São novos restaurantes, novos hotéis, pousadas, sistema de transporte, as estradas e hospitais que estão sendo melhorados, tudo isso demonstrando que o Piauí tem grande potencial”, acrescenta o gestor da Seminper.