A discussão mundial para a Economia Verde está aberta em Fortaleza

Participantes de diversos lugares do Planeta estão reunidos até amanhã no Centro de Eventos do Ceará | Foto: Gomes Avilla / Ibraf

Pessoas de diversas partes do Planeta estão reunidas, até amanhã, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, na primeira ​Conferência Ministerial Regional das Américas sobre Economia Verde, organizada pela World Green Economy Organization (WGEO)Organização Mundial da Economia Verde, pelo Escritório de Cooperação Sul-Sul da ONU (UNOSSC) e pelo Instituto Brasil África (Ibraf), com apoio do Governo do Ceará e em parceria com o Secretariado das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (UNFCCC), com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e com a International Solar Alliance (ISA).

O diretor global da WGEO, Edem Bakhshish, explicou, em entrevista exclusiva, que a agenda da Economia Verde é muito ampla e promissora, mas que é também um grande desafio. E só pode ser implementada se todos os atores caminharem juntos, darem as mãos na transformação dos negócios tradicionais em novos projetos de Economia Verde, incluindo parceiros governamentais e não-governamentais, incluindo a sociedade civil.

A abertura da ​Conferência Ministerial foi conduzida pelos próprios organizadores do evento | Foto: Gomes Avilla / Ibraf

Ele destacou que a Organização Mundial da Economia Verde identificou cinco áreas onde os público interessado e parceiros devem se concentrar durante os próximos quatro anos, baseadas na demanda existente e em pesquisas realizadas para transição a uma Economia Verde.

A primeira é a base legal porque, em muitos países, essa transição ainda é vista como um risco de não obter os mesmos benefícios em comparação com as atividades econômicas tradicionais. “É o nosso trabalho esclarecer que a Economia Verde traz grandes oportunidades com novas tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável“, esclareceu.

A segunda área muito importante, segundo suas informações, é o investimento verde porque, sem dinheiro, sem recursos financeiros a implantação da Economia Verde fica comprometida. “Esta é mais uma razão pela qual temos que envolver os parceiros do setor privado” acrescentou.

A terceira área é focada na criação de um ambiente favorável para a transição. Mas Edem deu bastante destaque à inovação, segundo ele o cerne de toda a ideia dessa transição:”Se podemos falar em transição para uma economia verde, devemos agradecer à inovação. Se temos Energia limpa, podemos falar em um novo passo na evolução enquanto humanidade e , de maneira mais rápida e mais eficiente podemos nos movimentar nesta transição”.

Por o último, mas não menos importante, ele ressaltou que todos esses recursos para mobilizar “só serão úteis para implementar essas mudanças se juntarmos esforços com os nosso parceiros para desenvolver líderes ao redor do mundo”. E no evento de Fortaleza “nós podemos identificar e cristalizar oportunidades”, resumiu.

Autoridades de diversas regiões do Planeta estão discutindo de forma concreta avanços e desafios na área | Foto: Gomes Avilla / Ibraf

João Bosco Monte, presidente do Ibraf, falou sobre o contexto internacional, de entender a importância do meio ambiente e da preservação do ambiente, do ecossistema onde nós estamos inseridos, que é o papel do Estado, das instituições, das empresas é cada vez mais intenso. “Está na agenda de todas as pessoas, das corporações, dos estados. Se não está, deveria estar”, ponderou.

“Essa Conferência Ministerial sobre Economia Verde, que chega agora às Américas, a Fortaleza, é certamente uma grande oportunidade para o Brasil, o Ceará, o Nordeste possam conversar com outros atores, de outras regiões do mundo. Nós entendemos que as relações internacionais, entre estados, pessoas passam por diversas conversas transversais que abordam diversos temas, como a segurança alimentar, a produção de alimentos, a conservação do meio ambiente, práticas laborais. Tudo isso está numa grande agenda e certamente a Economia Verde não pode ficar de fora disso”, declarou.

“Nós temos a oportunidade, neste dias de conversa, de trazer para o centro do debate autoridades brasileiras e da América Latina, mas tem autoridade de outras regiões do Planeta para discutir de forma muito objetiva, concreta quais são as boas práticas, experiências exitosas que estão sendo empreendidas, mas também quais são os desafios que precisam ser resolvidos. Nós temos muito o que fazer ainda para por todos juntos numa mesma discussão buscando o objetivo comum que é respeitar o meio ambiente, mas também Desenvolvimento Sustentável econômico. Isso é a grande busca e nós esperamos que, dentro deste contexto, as respostas possam aparecer”, finalizou.

Organização Mundial da Economia Verde

A WGEO emergiu em resposta às prioridades e preocupações identificadas na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), em 2012, como uma organização destinada a apoiar ações globais emergentes para o Desenvolvimento Verde, de baixo carbono e resiliente à Crise Climática.

Suas atividades são organizadas em torno de sete plataformas:

  • Estados: Desenvolvimento Sustentável
  • Cidades: Cidades Inteligente e Sustentáveis
  • Setor privado: Inovação
  • Instituições financeiras: Finanças Verdes
  • Organizações internacionais: Instituições Verdes
  • Academia e Sociedade civil: Liderança Intelectual
  • Juventude: Liderança Juvenil

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