O Aqualuz, sistema nordestino de filtragem de água baseada em luz solar, está na final do Hack Brazil, que acontece na Brazil Conference at harvard & MIT 2019
Projeto da ex-aluna da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Anna Luísa Beserra (Biotecnologia), aperfeiçoado com o também ex-aluno da UFBA, Lucas Gama Dantas (Ciências da Computação); e a estudante de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Ceará (UFC), Letícia Nunes Bezerra, o Aqualuz é um sistema de filtragem de água baseada em luz solar e é um dos cinco finalistas do Hack Brazil, que acontece na Brazil Conference at harvard & MIT 2019.
A startup recebeu o apoio do Academic Working Capital (AWC), programa de empreendedorismo universitário do Instituto TIM, com o objetivo de auxiliar estudantes para que desenvolvam Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com soluções tecnológicas ou de inovação.
O vencedor da disputa ganhará um prêmio de R$ 75 mil para o desenvolvimento do projeto. O segundo lugar receberá R$ 25 mil. Até o fim em abril, as equipes receberão treinamento e mentoria de investidores, empresários e alunos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Universidade de Harvard.
Filtragem baseada em luz solar
Soluções sustentáveis são ótimas oportunidades para o empreendedorismo e importantes para gerar resultados positivos dentro de empresas. O projeto Aqualuz é um sistema de filtragem baseado em luz solar, com propósito de ajudar a resolver um dos maiores problemas de acesso à água potável, que afeta a região do Semiárido brasileiro.
O sistema foi pensado para tratar a água de cisternas de famílias que residem, sobretudo, em áreas distantes do abastecimento do sistema hídrico. No primeiro passo, ela passa por um filtro feito de sisal, que depois da utilização, vira adubo.
Após passar pelo filtro, a água fica armazenada na caixa. “É aí que entra a segunda parte do sistema: ela fica exposta ao sol”, explica a estudante. A radiação ultravioleta e a alta temperatura ativam o chamado DNA de patógenos. “Depois do ciclo de 4 horas, a água já está pronta para uso”, resume.
“De uma maneira simples e voltada para a experiência do usuário, queremos incentivar a responsabilidade socioambiental corporativa”, relata a criadora do Aqualuz, Anna Luísa. O projeto, que seu Trabalho de Conclusão do Curso de Biotecnologia, chamou a atenção da cearense Letícia, que se envolveu no aperfeiçoamento do Aqualuz.
“A intenção é qualidade para famílias que às vezes têm acesso à água da chuva, mas que não realizam um tratamento adequado”, reforça Letícia. Um período de testes já foi completado e agora a estudante, que nasceu em Pentecoste, no Ceará, pretende ajudar famílias como a sua a obter um serviço de maior qualidade.
Anna Luísa conta que a ideia surgiu em 2013, quando tinha 15 anos e queria participar do Prêmio Jovem Cientista com alguma solução simples, escalável para um problema real da região. “Até 2015, fui levando o desenvolvimento da tecnologia como hobby, até que surgiu a possibilidade de transformar o projeto científico em startup”, conta.
“A cada 2 minutos, uma criança morre devido a doenças de veiculação hídrica. O Aqualuz é um dispositivo reconhecido pela ONU para resolver esse problema. Isso por meio da potabilização da água de cisterna do Semiárido brasileiro, mas com potencial de aplicação para outros países”, afirma.
Seguindo Anna Luísa, trata-se de uma tecnologia com inúmeras vantagens frente aos concorrentes (filtro de barro, cloração e fervura da água), sendo a principal, a durabilidade e facilidade de manutenção (troca de filtro por materiais da região e limpeza com água e sabão).
Principais desafios
“Por se tratar de uma tecnologia inovadora para a área de saúde, temos dificuldade de montar portfólio para que os clientes confiem em contratar a implementação do Aqualuz nas comunidades. Atrelado a isso, temos problemas com o preço do equipamento com produção sem escala (fica muito caro) e falta de capital de giro para manter a empresa durante esse período inicial. A solução é vender contratos de projetos a partir de 400 unidades para grandes empresas”, detalha Luísa.
Visão de futuro
“Nosso sonho é que todas as pessoas do mundo tenham acesso à água potável e saneamento, e que isso resulte em uma melhor qualidade de vida a todos”, afirma Anna Luísa.
Objetivos
1. Que todas as cisternas de captação de água de chuva de zonas rurais do mundo possuam um Aqualuz instalado, e que isso garanta o acesso à água potável a todos eles.
2. Desenvolver tecnologias viáveis (tecnologicamente e financeiramente) que promovam acesso à água e ao saneamento para comunidades e nos ajudem a atingir o sonho.
3. Construir uma equipe competente e apaixonada pelo nosso sonho.
Material complementar: https://sdwforall.com/
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Bom dia. Gostaria de apresentar uma sugestão. Se possível divulgem essa tecnologia com as escolas públicas da Bahia que tem curso técnico e agropecuária. Exemplo o colégio estadual Professor Magalhães Neto em Ruy Barbosa-Ba.Na certeza que estaremos contribuído com a saúde e o bem está da nossa.