Espécie nativa do Semiárido brasileiro, o mandacaru (Cereus jamacaru) é o representante mais difundido e culturalmente importante no Nordeste | Foto: Maristela Crispim

A publicação “Cactário Guimarães Duque: Espécies da Coleção Botânica do Insa” visa ilustrar a diversidade das cactáceas de ocorrência no Semiárido brasileiro e auxiliar na preservação dessas plantas

Considerado referência para o desenvolvimento dos projetos de pesquisa do Núcleo de Biodiversidade Vegetal e também como principal estratégia de conservação ex situ da diversidade de Cactaceae, o Cactário Guimarães Duque, criado em 2014, nasceu da iniciativa do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), localizado em Campina Grande (PB), em fortalecer os estudos sobre as cactáceas e garantir sua conservação.

Desde o seu surgimento, foram realizadas coletas em diversos estados do Semiárido brasileiro (SAB), e hoje o Cactário possui em seu acervo mais de 130 espécies de cactos e outras suculentas, em sua maioria nativas da região, com material testemunho herborizado e depositado no Herbário Jaime Coelho de Moraes (EAN) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O Instituto também possui, uma coleção in vitro de cactáceas, com cerca de 3.350 exemplares, representando 27 espécies, distribuídas em 12 gêneros.

Ameaças de extinção

Estima-se que existam em todo mundo 1.816 espécies de cactáceas, distribuídas em 124 gêneros, sendo 120 espécies de ocorrência no SAB. Apesar dessa diversidade biológica, muitos destes táxons estão ameaçados de extinção devido a fatores como especificidade e fragmentação de habitats, coleta indiscriminada, crescimento lento e alta taxa de mortalidade nos primeiros estágios de desenvolvimento.

Visando minimizar este problema, o Insa desenvolve, a partir das plantas mantidas na coleção, estudos taxonômicos, citogenéticos e moleculares que auxiliam desde a delimitação específica, até a identificação de híbridos naturais e descoberta de novas espécies e mais recentemente, pesquisas que visam a busca de compostos ativos com potencial biotecnológico. Adicionalmente, o cultivo in vitro aprimora técnicas de cultivo para os grupos com restrição de habitats e de germinação.

Na perspectiva de corroborar com as atividades já desenvolvidas, o Insa lança o livro “Cactário Guimarães Duque: Espécies da Coleção Botânica do Insa”, que tem como objetivo ilustrar a diversidade das cactáceas de ocorrência no SAB e auxiliar na identificação dessas plantas.

A pesquisadora Pollyana, Karla do Núcleo de Biodiversidade do Insa, destaca a importância acadêmica e social da obra: “O Livro Cactário Guimarães Duque é fruto de um trabalho de quatro anos desse grupo de pesquisa pelo qual podemos ter em mãos a diversidade de espécies da coleção de Cactáceas do Insa. Contamos, com o apoio taxonômico de grandes pesquisadores, como Daniela Zappi (Instituto Tecnológico Vale / Museu Paraense Emilio Goeldi), Marlon Machado (UEFS) e Leonardo Pessoa Félix (UFPB). Trata-se de uma publicação de grande importância para a sociedade e comunidade científica, com belas imagens e dados que auxiliam na identificação. Nela, temos informações relevantes e atualizadas como, por exemplo, o status de conservação das espécies, que podem colaborar na conscientização da importância dessas espécies e contribuir para sua conservação”, afirmou a pesquisadora.

Confira a publicação aqui.
Fonte: Insa

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