Publicação pode ajudar cientistas do Nordeste a coletarem amostras biológicas de albatrozes e petréis de maior qualidade e que podem alimentar o Banco Nacional de Amostras Biológicas de Albatrozes e Petréis.

Bióloga manipula ave para coleta de amostras | Foto: Jéssica Branco / Projeto Albatroz

 

Florianópolis – SC. Obter amostras biológicas de boa qualidade e que atendam aos critérios de pesquisas dentro e fora do País é indispensável para o avanço de estudos científicos sobre as aves oceânicas e sua conservação. Com o intuito de orientar pesquisadores sobre as melhores práticas para coletar e catalogar amostras biológicas de albatrozes e petréis para coleções científicas, o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, contribuiu recentemente com a organização de um protocolo online simplificado com informações sobre o assunto, realizado em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave)/Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O documento digital pode ser lido na íntegra neste link.

O objetivo é incrementar a qualidade e a relevância do material que chega ao Banco Nacional de Amostras Biológicas de Albatrozes e Petréis (BAAP), iniciativa lançada pelo Projeto Albatroz com coordenação do Cemave/ICMBio com apoio da R3 Animal em 2017 como resultado de ações propostas no âmbito do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (Planacap) em alinhamento às diretrizes do Acordo Internacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (Acap).

O BAAP integra universidades, grupos de pesquisa, centros de reabilitação de animais marinhos, instituições responsáveis pelo monitoramento de praias e outros que possuam, acessem ou tenham a intenção de acessar material biológico de albatrozes e petréis, em prol da conservação das espécies que ocorrem no Brasil.

Assim, surgiu a necessidade da criação deste protocolo simplificado, que reúne guias de boas práticas oficiais de coleta do Acap a fim de facilitar o trabalho de coleta e separação do material biológico para os profissionais em campo, apoiando estudos em genética, saúde, ecologia, ecotoxicologia, impactos da poluição e da ingestão de plástico, entre outros assuntos considerados prioritários para atingir as estratégias estabelecidas pelo Planacap/Acap.

Segundo a bióloga e ornitóloga especializada em aves marinhas, responsável pela base do Projeto Albatroz, em Florianópolis (SC), Alice Pereira, manter a sistematização desses materiais é indispensável para uma boa coleção pública. “A padronização é importante para que os resultados de trabalhos científicos com o mesmo tema, tanto dentro como fora do Brasil, tenham o mesmo valor comparativo entre si, ao menos no que tange os métodos de coleta”, explica.

Além disso, ela destaca que a padronização das coletas facilita o intercâmbio de amostras entre instituições e pesquisadores, possibilitando um incremento no número amostral dos estudos.

O Protocolo para Coletas de Amostras Biológicas de Albatrozes e Petréis foi organizado pelas biólogas Alice Pereira (Projeto Albatroz) e Patrícia Serafini (Cemave/ICMBio) e teve a diagramação de Isabela Holl – voluntária da equipe de comunicação do Projeto Albatroz.

Projeto Albatroz

Reduzir a captura incidental de albatrozes e petréis é a principal missão do Projeto Albatroz. O Projeto é coordenado pelo Instituto AlbatrozOrganização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que trabalha em parceria com o Poder Público, empresas pesqueiras e pescadores.

A principal linha de ação do Projeto, nascido no ano de 1990, em Santos (SP), é o desenvolvimento de pesquisas para subsidiar Políticas Públicas e a promoção de ações de Educação Ambiental junto aos pescadores, jovens e às escolas. O resultado deste esforço tem se traduzido na formulação de medidas que protegem as aves, na sensibilização da sociedade quanto à importância da existência dos albatrozes e petréis para o equilíbrio do meio ambiente marinho e no apoio dos pescadores ao uso de medidas para reduzir a captura dessas aves no Brasil.

Atualmente, o Projeto mantém bases nas cidades de Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC), Itaipava (ES), Rio Grande (RS) e Cabo Frio (RJ).

Mais informações: www.projetoalbatroz.org.br

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