A Secult, a Uece e o Museu Nacional assinaram o Protocolo de Intenções para promover a cooperação técnico-científica e cultural entre as instituições para a construção do novo projeto do Museu de História Natural | Foto: Salvino Lobo

Fortaleza – CE. O Estado do Ceará ganhará um novo equipamento cultural: o Museu de História Natural do Ceará Professor Dias da Rocha. Na noite de sexta-feira (23), no foyer do Theatro José de Alencar, a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult), a Universidade Estadual do Ceará (Uece) e o Museu Nacional assinaram o Protocolo de Intenções que tem o propósito de promover a cooperação técnico-científica e cultural entre as instituições para a construção do novo projeto do Museu de História Natural, que envolve, entre seus objetivos, o restauro do acervo do professor naturalista Dias da Rocha, hoje sob a salvaguarda do Museu do Ceará.

A assinatura foi prestigiada por acadêmicos e pesquisadores do Estado, e contou com a presença da secretária executiva da Cultura do Ceará, Luísa Cela; do reitor da Uece, Jackson Sampaio; do diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner; e do secretario da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Inácio Arruda.

Sob gestão da Uece e Museu Nacional, o Museu de História Natural será espaço de pesquisa e de exposições em diálogo com o Museu Nacional e terá sede no Campus Experimental de Educação Ambiental e Ecologia de Pacoti da Uece, na Serra de Baturité, em prédio cedido pela Fundação Educacional Deusmar Queiroz. A criação do Museu de História Natural do Ceará Professor Dias da Rocha é uma iniciativa pioneira do Centro de Ciências da Saúde da Universidade, fruto da parceria com o Museu Nacional e apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

O restauro do acervo do pesquisador Dias da Rocha, hoje sob a salvaguarda do Museu do Ceará, é o primeiro passo a ser dado pelo projeto. Com ele será formada a primeira exposição do Museu.

“É muito simbólico firmar essa parceria com a Uece e o Museu Nacional. Comemoramos que o museu seja instalado em Pacoti. Isso está em sintonia com a política do governo e da Secult em descentralizar a política pública para os municípios do Interior. O projeto também é um exemplo para o resto do País. Damos um passo para o desenvolvimento da ciência, da cultura, da memória, do patrimônio e da pesquisa no Estado. É tempo de comemorar e celebrar essa parceria”, destacou a secretária executiva da Cultura do Ceará, Luísa Cela.

A construção de parcerias é bem vista pelo reitor da Uece, Jackson Sampaio. “Com essa parceria, teremos um espelho lá no Rio de Janeiro do Museu de História Natural e aqui no Ceará teremos um espelho do Museu Nacional. Fiquei muito feliz. Temos um grande trabalho pela frente e possibilidade de construir etapas novas na academia cearense e brasileira”, comemorou.

O diretor do Museu Nacional, por sua vez, apresentou ao público como está sendo realizada a reconstrução do Museu Nacional e as ações do projeto #museunacionalvive, que propõe atividades de sensibilização da população acerca do patrimônio histórico e natural no Rio de Janeiro e em outras Cidades. “Um museu que não dialoga com a sociedade está fadado à destruição. As sociedades que não investem em seus museus estão em parte extintas. Acho que o Museu Nacional deveria ter como apoiar vários museus de história natural no Brasil”, afirmou.

O projeto

Além da recuperação do acervo do professor Dias da Rocha, em parceria com o Museu do Ceará, o projeto do Museu de História Natural vislumbra a produção de um curta-metragem, documental e ficcional, sobre a história do naturalista Francisco Dias da Rocha. Na assinatura do Protocolo de Intenções, foi apresentada a logomarca do Museu, que traz as cores e formato inspirados na Biodiversidade do Ceará.

A diretora do Museu do Ceará, Carla Vieira, destaca que a coleção de história natural em questão é uma das mais importantes do Brasil. “Todo o potencial que tem essa coleção será enfim devidamente explorado, com a pesquisa, divulgação e manutenção do acervo que será feita em parceria com pesquisadores do Museu Nacional e Uece”, considerou.

“Trata-se de um projeto orgânico, com proposta de transferência de conhecimento. Dias da Rocha foi o primeiro naturalista a formar uma coleção de história natural. E esse acervo de mais de cem anos é nosso patrimônio.  Nosso desafio também é apresentar à sociedade quem foi Dias da Rocha. O acervo só fará sentido se imprimirmos o significado dele. É isso que queremos com a exposição e com um curta-metragem que deverá ser exibido não só no Museu, mas nas escolas, em outros espaços”, considera Renata Stopiglia, diretora científica e de Operações do Museu de História Natural do Ceará, pesquisadora da Uece e do Museu Nacional.

“Reforço que a proposta do museu é essa: a integração de todos. Convidamos representantes de várias áreas para integrarmos diversos saberes e competências para cuidarmos da Serra de Baturité. Aliás, vamos começar por lá para depois chegar até outros locais do Ceará. Esse dia marca a história do Ceará”, destacou, por sua vez, Gláucia Posso, diretora do Centro de Ciências da Saúde da Uece.

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