A RPPN Serra das Almas, mantida pela Associação Caatinga, e reconhecida, pela Unesco, como primeiro Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Caatinga por abrigar uma significativa área preservada do bioma | Foto: Eduardo Queiroz

Datas ambientais são marcos na atuação de um dos principais projetos da Associação Caatinga, cujo bioma é o único exclusivamente brasileiro e um dos mais ameaçados do País

Nestes dias 21 e 22 de março são comemorados o Dia Internacional das Florestas e o Dia Mundial da Água, respectivamente. Esses recursos naturais são de extrema importância para Caatinga. Ações e projetos de capacitação para a população local possibilitam formas eficientes e sustentáveis de relacionamento com o bioma, além de promover a conscientização para conservação da fauna e da flora nativas.

O projeto No Clima da Caatinga, desenvolvido no Ceará e no Piauí, possui como linha de atuação prioritária: floresta e clima, com o enfoque em biodiversidade, água e educação. “O nosso principal objetivo é a proteção e conservação da Caatinga e todos os seus elementos. Buscamos por meio das ações de conscientização e Educação Ambiental mostrar que tudo na natureza está interligado. Não tem, por exemplo, como desassociar a floresta do manejo correto da água”, destacou Gilson Miranda, coordenador de Conservação do projeto.

O projeto No Clima da Caatinga, realizado pela Associação Caatinga e patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal, contribui de forma direta e indireta para a conservação da Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro e um dos mais ameaçados do País.

Segundo, Miranda, além de preservar o bioma, as ações do No Clima da Caatinga possibilitam uma transformação da relação entre comunidade e o meio ambiente. “Buscamos trazer mudanças reais e significativas com desenvolvimento local sustentável que possibilitem mudança de pensamento em relação à sua localidade, à conservação dos recursos naturais e como viver de forma sustentável”, destaca.

A Associação Caatinga também é responsável pelo apoio na criação de 24 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), reforçando a ideia da importância da proteção da floresta e os benefícios da sua conservação. Das 36 RPPNs do Estado do Ceará, a Associação Caatinga participou do processo de criação de 24 e 13 tiveram seus planos de manejo elaborados pela organização.

Uma delas é a RPPN Serra das Almas, mantida pela instituição, e reconhecida, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), como primeiro Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Caatinga por abrigar uma significativa área preservada do bioma, bem como as ações desenvolvidas junto às comunidades situadas no entorno desta Unidade de Conservação. São mais de 6 mil hectares de área protegida que resguardam três nascentes e espécies ameaçadas de extinção.

Em seus 20 anos de atuação a instituição produziu aproximadamente 150 mil mudas e mais de 100 hectares foram restauradas, além da construção de 180 Cisternas de Placas em 24 comunidades, nove Sistemas Bioágua, que consiste no reaproveitamento da água para irrigação destinada à produção de alimentos, em oito comunidades e deverá produzir mais cinco ainda em 2019.

Com eles, as famílias poderão aumentar a produção de alimentos e oferta de água, já que aproximadamente 300 litros serão reusados diariamente. Todas estas ações têm forte aderência com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com a Década de Recuperação dos Ecossistemas (2021/2030) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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