A análise da qualidade das águas do Estuário do Rio Cocó é importante para a adoção de medidas de preservação das espécies de peixes na área e de balneabilidade do rio

Por Alice Sales
Colaboradora

Fortaleza – CE. O índice de qualidade da água (IQA) do Estuário do Rio Cocó está sendo analisado em amplo estudo cujo objetivo é avaliar de que forma a variação entre vazante e cheia altera os parâmetros de IQA no trecho do Parque do Cocó, área que sofre influência direta dos ciclos de maré.

A pesquisa está sendo realizada pelo Núcleo de Estudos Ambientais (NEA) da Universidade Estadual do Ceará (Uece), em parceria com a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI-NE), Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação (Itic) e o Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC), além de receber apoio logístico da Polícia Militar Ambiental.

A análise da qualidade das águas do estuário do Rio Cocó é um importante instrumento orientador para a adoção de medidas que visam a preservação do conjunto de espécies de peixes existentes na área e das condições de balneabilidade do rio.

Os dados coletados poderão sinalizar se o estuário funciona de forma positiva ou negativa com relação aos poluentes, além de orientar formas eficientes de solução para os danos ambientais na região. A coleta de dados para a pesquisa teve início no mês de julho deste ano.

Área pouco estudada, o estuário está inserido no Parque Ecológico do Cocó. Por ter suas regiões no sistema fluvio-estuarino e de manguezais inseridas na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) é caracterizado como rio urbanizado. O estuário do Rio Cocó funciona como importante nicho ecológico, uma vez que é composto por rica biodiversidade e é utilizado como área de berçário, reprodução, alimentação, crescimento e abrigo para diversas espécies de animais, inclusive marinhos.

A composição, abundância e diversidade da ictiofauna é diretamente influenciada por fenômenos naturais que ocorrem na região e no entorno do complexo estuarino, assim como pelas ações do ser humano que contribuam para alteração do equilíbrio do ambiente.

Segundo Ana Lúcia Eufrázio, pesquisadora e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais da Uece, os dados coletados nesta primeira fase da pesquisa já estão sendo tratados para serem divulgados no 16º Congresso Nacional de Meio Ambiente de Poços de Caldas – “Justiça Social e Sustentabilidade medianizado pela Economia Verde”, que será realizado de 24 a 27 de setembro 2019, em Poços de Caldas (MG).

O barco Robótico Iracema funciona para análises de amostras e monitoramento ambiental, enviando dados em tempo real para as instituições responsáveis por sua operação

Coleta de dados

Para a realização desse estudo, está sendo utilizado o Barco Robótico Iracema (Instrumento Robótico Autônomo para Coleta e Monitoramento Ambiental), que comporta uma sonda multiparamétrica, instrumentos operados remotamente.

No Barco Robótico Iracema, são analisadas amostras e é feito o monitoramento ambiental, com envio de dados em tempo real para as instituições responsáveis por sua operação. Amostras de água e moluscos estão sendo coletadas e analisadas no Sistema de Laboratórios em Nanoteconologia e Biomateriais da Uece e no Laboratório de Avaliação de Contaminantes Orgânicos (UFC).

A pesquisa compreende o período da pós-estação chuvosa de 2019, e envolve excussões diárias de até 12 horas para coleta de dados. O estudo, tão logo seja concluído, terá os resultados disponibilizados para a comunidade cearense e científica.

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