Estado vem avançando na proteção do bioma e está há dois anos com desmatamento tecnicamente zero, segundo relatório da Fundação SOS Mata Atlântica e do Inpe | Foto: Lu Rocha / Semas-PE

Recife – PE. Pelo segundo ano consecutivo, Pernambuco registrou o índice de desmatamento tecnicamente zero em áreas de Mata Atlântica. Os dados são do Atlas de Remanescentes Florestais de Mata Atlântica, uma realização conjunta da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Divulgado na quarta-feira (27), o levantamento técnico fez o monitoramento referente aos anos de 2018 e 2019 nos 17 estados brasileiros com remanescentes do Bioma. Desse, nove atingiram o mesmo status de preservação.

Para o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, José Bertotti, a notícia é muito positiva e reflete o resultado do trabalho de proteção que vem avançando no Estado. “Pernambuco tem 86 Unidades de Conservação (UCs), sendo 74 delas do bioma Mata Atlântica. Estamos elaborando um amplo programa de gestão integrada para essas UCs, que contemplam a elaboração/revisão de planos de manejo, a implementação dos Corredores Ecológicos de Biodiversidade e o monitoramento ambiental remoto delas. A preservação desse Bioma é essencial para garantir o Desenvolvimento Sustentável para o Planeta, principalmente para se estabelecer metas de desenvolvimento pós-pandemia”, afirma.

De acordo com o relatório, Pernambuco possui um total de 210.836 hectares de remanescentes de Mata Atlântica, o equivalente a 12,5% do total florestal no Estado, considerando as áreas naturais como campos de altitude, vegetação de várzea e mangue. O Atlas estabelece como tecnicamente zero, áreas que não foram detectadas pelo satélite, e que possuem uma área menor que três hectares. Além de Pernambuco, os estados de Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo também tiveram desmatamento zero no ano passado.

O Bioma possui uma legislação específica, a Lei da Mata Atlântica (11.428 de dezembro, de 2006) que protege e regulamenta a utilização do bioma, que é considerado patrimônio nacional pela Constituição Federal de 1988. O Governo de Pernambuco destaca que prioriza a conservação do bioma, um dos mais ricos em Biodiversidade do Planeta. Atualmente, as UCs do Estado somam 165.785,02 hectares de área preservada, um patrimônio natural que presta importantes serviços ambientais à população, como o abastecimento de água.

Entre as UCs de proteção integral da Mata Atlântica em Pernambuco, destaca-se a Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe, criada em 2010, com 31.634 hectares, entre os municípios de Abreu e Lima, Araçoiaba, Camaragibe, Igarassu, Paudalho, Paulista, Recife e São Lourenço da Mata. Na APA, estão presentes cinco outras UCs de Proteção Integral: a Estação Ecológica de Caetés, em Paulista; o Parque Estadual de Dois Irmãos, no Recife; o Refúgio da Vida Silvestre Mata da Usina São José, em Igarassu; o Re00fúgio da Vida Silvestre Mata do Quizanga, em São Lourenço da Mata; e o Refúgio da Vida Silvestre Mata de Miritiba, inserida na área do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante (CIMNC), em Abreu e Lima. A área nesse campo de instrução possui 7.324 ha de remanescentes florestais que é considerado o maior bloco de florestas ao norte do Rio São Francisco.

Dados nacionais

Após dois anos seguidos de queda nos desmatamentos no Brasil, referente ao período de 2017/2018 com 11.399 ha, o Atlas constatou que foram desmatados 14.502 hectares entre 2018 e 2019. Essas áreas representam um aumento de 27,2% de desmatamento do Bioma em 2019. Cinco estados apresentaram os índices mais altos de desmatamento. Minas Gerais é o campeão, com 3.379 ha, seguido pelo Paraná que desmatou 2.049 há; Piauí, 2.100 ha; Bahia retirou 1.985 ha; e Santa Catarina, com 905 ha a menos de Mata Atlântica.

Os 17 estados que possuem áreas de Mata Atlântica são Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Piauí, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de janeiro, São Paulo, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Sergipe, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

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