O setor de uso público, entrada para o Parque das Dunas, é o Bosque dos Namorados, que ocupa uma área aproximada de sete hectares, com mais de 1.300 árvores nativas da Mata Atlântica | Foto: Maristela Crispim

Natal – RN. Criado em 1977 como a primeira Unidade de Conservação (UC) do Rio Grande do Norte, o Parque Estadual Dunas de Natal Jornalista Luiz Maria Alves possui uma área de 1.172 hectares. Reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Brasileira, é considerado o maior parque urbano sobre dunas do Brasil.

Francicélio Mendonça, geógrafo, especialista em Geoprocessamento e Cartografia e mestre em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), é educador ambiental do Parque e destaca as suas três funções principais: regulação do microclima, devido à alta evapotranspiração e à vegetação preservada; manutenção de rica fauna e flora; e alimentação do aquífero, que contribui 4% para o abastecimento da cidade de Natal.

O Parque das Dunas é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) e recebe uma média anual de 150 mil visitantes, mantendo ainda um cadastro com cerca de 10 mil coopistas. A Unidade de Conservação oferece diversas atividades educativas, recreativas, físicas e culturais, com shows, peças, palestras, exposições e oficinas.

Francicélio destaca que o principal desafio é bloquear o avanço na construção de residências nos bairros periféricos da Unidade de Conservação. “É por isso que temos uma fiscalização bem intensa em relação às ocupações irregulares ao redor do Parque”, afirma.

Para garantir a segurança a quem deseja se aventurar pelas trilhas, um aviso: é necessário fazer o agendamento, de segunda a sexta-feira, das 8h às 13h, para no mínimo cinco e no máximo 25 pessoas, pelos telefones (84) 3201-3985 / 9 8169-5131 ou e-mail parquedasdunas@rn.gov.br.

Objetivos

  • Garantir a preservação e conservação dos ecossistemas naturais englobados
  • Proteger os recursos genéticos
  • Possibilitar a realização de estudos, pesquisas e trabalhos de interesse científico
  • Preservar sítios de valor histórico, arqueológico e geomorfológico
  • Oferecer condições para o lazer, o ecoturimo e a realização de atividades educativas e de conscientização ecológica

Bosque dos Namorados

Do Bosque dos Namorados partem as trilhas interpretativas, ao longo das quais os visitantes conhecem aspectos e elementos do ecossistema dunar | Foto: Maristela Crispim

O setor de uso público, entrada para o Parque das Dunas, é o Bosque dos Namorados, que ocupa uma área aproximada de sete hectares, com mais de 1.300 árvores nativas da Mata Atlântica. Nele, há infraestrutura para o desenvolvimento de atividades de pesquisa científica, educação ambiental, lazer e turismo ecológico. O acesso fica no fim da Avenida Alexandrino de Alencar, S/N, Tirol.

No Bosque dos Namorados localizam-se a sede administrativa do Parque das Dunas, centro de visitantes, biblioteca, centro de pesquisas, viveiro, unidade de mostra de vegetação, anfiteatro pau-brasil, folha das artes, lago artificial, posto de comando ambiental, parque infantil e anel viário para atividades físicas e caminhadas. No centro de visitantes tem uma sala com uma exposição permanente denominada: “Parque das Dunas: um encontro com sua natureza”.

Do Bosque dos Namorados partem as trilhas interpretativas, ao longo das quais os visitantes conhecem aspectos e elementos do ecossistema dunar. Ao todo, são 6 km e meio de caminhada, distribuídos entre três trilhas.

“Os acessos são às 8h e às 14h, de terça a domingo. São elas: Perobinha, 800m, percorrida em 40 minutos; Peroba, de 2,8 Km em 1h40; e Ubaia Doce, de 4,8 Km em 2h40, acompanhadas por guia e policial da Polícia Ambiental do Rio Grande do Norte (Cipam). A trilha é muito segura e explicamos como funcionam as interações ecológicas”, informa Francicélio.

Biodiversidade

“Trabalhamos muito com Educação Ambiental, inclusive nas escolas, com um projeto chamado Parque Itinerante; as trilhas ecológicas; as salas de exposição, para mostrar a importância da sua biovidersidade para a Cidade. Dentro do Parque, 80% é Mata Atlântica, 10% é formação de Restinga e 10% é Tabuleiro Costeiro“, resume Francicélio.

A cobertura vegetal do Parque das Dunas é representada, em sua maior parte, pela mata de duna litorânea, caracterizada por espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas, registrando ainda a ocorrência de praias e sopés de dunas, e formação vegetal tabuleiro litorâneo. Nela predominam espécies peculiares da Mata Atlântica, além de algumas espécies de Caatinga e Tabuleiro.

A flora reúne mais de 270 espécies arbóreas distintas e 78 famílias, representada por mais de 350 espécies nativas. No viveiro são cultivadas as mudas de espécies vegetais nativas do Parque das Dunas, utilizadas na recuperação e reflorestamento de áreas de Mata Atlântica.

Segundo as informações site do Parque, a fauna nativa do Parque é típica do ecossistema costeiro terrestre formado pela Mata Atlântica. De acordo com levantamento preliminar, a fauna do Parque está representada por cerca de 180 espécies dentre mamíferos, répteis, aves, e invertebrados, como borboletas, aranhas e escorpiões.

A partir da implantação dos núcleos residenciais nas cercanias das dunas do Parque Estadual Dunas do Natal, a área tornou-se em sua totalidade bastante visitada pelo ser humano. Daí, é de crer-se que pelo menos em tempos atrás, a fauna deveria ter sido mais rica do que a encontrada nos dias de hoje.

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