A retirada do canteiro central da Avenida Santos Dumont, entre a Avenida Engenheiro Santana Júnior e a Rua Doutor Francisco Matos, fez desaparecerem pelo menos 70 árvores. As obras fazem parte da implantação do binário entre as avenidas Santos Dumont e Dom Luís, que passou pelo mesmo processo, com a supressão de 200 árvores, em 2014.

“A obra visa um melhor fluxo de veículos, mas será que era necessária a supressão de todas as árvores?” . O grande questionamento do Movimento é como será feita a compensação, afirma a professora universitária Bilica Leo, que é integrante do Movimento Pró-Árvore.

“Ainda falta muito conhecimento sobre como ter uma postura mais sustentável. O Pró-Árvore questiona a pegada de sustentabilidade que a Prefeitura destaca com a proposta de aumentar 2,3 Km de ciclofaixa bidirecional. Em compensação retiraram 70 árvores de médio a grande porte, adultas, nativas e exóticas. Tinha oitis, carnaúbas, azeitona preta, esponjinha”, questiona.

A professora diz que ficou sabendo pela imprensa que a Autarquia de Paisagismo e Urbanismo de Fortaleza (URBFor) selecionou algumas árvores que serão transplantadas para a Avenida Juscelino Kubitscheck, no Passaré.

“Não foi divulgado o critério de seleção dessas árvores e de que maneira será feito esse transplante, tendo em vista que o que foi feito na obra do binário da Dom Luís foi um fracasso. As árvores foram retiradas, colocadas num lugar a esmo no Horto Municipal e quase todas morreram”, alerta.

“Eles dizem também que, para cada árvore arrancada, sete serão plantadas, na Avenida Santos Dumont e na Avenida Lauro Nogueira, em escolas e praças públicas. Mas temos a preocupação sobre que árvores vão plantar, de que porte, onde, como será o cuidado por no mínimo dois anos para que possam vingar”, destaca Bilica.

Titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf), Manuela Nogueira, explicou que a retirada das árvores é necessária para a requalificação das calçadas, das faixas dos carros e para a implantação da ciclofaixa. “O binário não é apenas para os carros ou transporte público. É também para pedestres e ciclistas. Para garantir a segurança viária e ter espaço suficiente, precisamos retirar”, destacou a secretária, em entrevista ao jornal O Povo na semana passada.

Bilica afirma que o Movimento não foi procurado para discutir a retirada das árvores e a compensação correspondente. Mas ainda está disposto a dialogar com a Prefeitura a respeito dos próximos passos para a preservação da vegetação suprimida da Avenida Santos Dumont e as ações para garantir conforto térmico à população que circula, mora ou trabalha na área.

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