O Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), lançou, no dia 28 de fevereiro, o Plano de Manejo do Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio, Unidade de Conservação (UC) localizada a cerca de 10 milhas náuticas (18 quilômetros) do Porto do Mucuripe, em Fortaleza.
O plano se insere no Contrato de Prestação de Serviços de Consultoria Técnica firmado entre o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio); UFC, por meio da Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura (FCPC) e do Labomar; e a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), no âmbito do Projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas (GEF Mar).
Mais de 150 espécies
O parque é a única UC marinha do Sistema Estadual de Unidades de Conservação. Tem uma área de 33,2 quilômetros quadrados e conta com rica biodiversidade. Além de recifes de corais, já foram documentadas 153 espécies de peixes ósseos, 12 de peixes cartilaginosos, uma de golfinho e três de tartarugas, segundo informações de Izaura Lila, gestora daquela UC, sob responsabilidade da Sema. Algumas espécies de peixes e tartarugas correm risco de extinção, o que torna a elaboração do plano de manejo mais urgente.
Confira matéria sobre pesquisa relativa à biodiversidade do Parque:
Pesquisa revela 131 espécies no Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio
Caberá ao professor Marcelo de Oliveira Soares, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Marinhas Tropicais do Labomar, conduzir a elaboração do plano de manejo. Ele explica que, embora criado em 1997, o parque nunca teve um plano dessa natureza. A equipe á conta com 30 pessoas – entre alunos de graduação e pós-graduação e servidores docentes e técnico-administrativos da UFC. Mas “quem vai fazer esse projeto é a sociedade”, destacou o professor, lembrando que foi com a participação de atores sociais que o Estado passou a ter unidades vivas, como o Parque Botânico do Ceará e o Parque Estadual do Cocó.
Informou que para a elaboração do plano será feito um diagnóstico da situação do parque, seu estado de conservação, aspectos relacionados à poluição, frequentadores (mergulhadores, pescadores), entre outros pontos. Ressaltou que o trabalho será uma grande ocasião para melhorar a formação dos alunos, dando a eles a oportunidade de contato com um caso prático que envolve economia do mar, preservação ambiental e pesquisas as mais diversas. “Quem sabe podemos descobrir ali substâncias que sirvam para a fabricação de novos medicamentos?”, comentou.
A diretora do Labomar, professora Ozilea Menezes, destacou a vitória da UFC na seleção do edital do Funbio/GEF Mar. “A Sema apresentou o projeto e foi contemplada no edital. A partir daí procurou quem pudesse cumprir os objetivos exigidos quanto a gestão e planejamento. Nove instituições concorreram e a proposta do Labomar foi a vencedora”, disse. Ela considera que fatores como equipe multidisciplinar capacitada, laboratórios equipados, posição estratégica do Labomar (em frente ao mar) e uma embarcação como o Argo Equatorial contaram muitos pontos na seleção.
“Parcerias dessa natureza são extremamente importantes porque dão oportunidade, sem igual, de inserir nossos alunos no contexto profissional, de poder colocá-los no dia a dia, frente a frente com aqueles desafios que enfrentarão como profissionais, quando graduados”, destacou o reitor Henry Campos.
O secretário Artur Bruno ressaltou parcerias com a UFC, como outra com o Labomar, envolvendo o Centro de Estudos Ambientais Costeiros (Ceac), na foz do Rio Pacoti, onde, entre outras atividades, são desenvolvidas ações de Educação Ambiental com alunos da rede pública estadual. Adiantou que tem como desafio, numa outra parceria, de criar, na Fazenda Raposa, em Maracanaú, área experimental da UFC, referência mundial pelo acervo de palmeiras, o Museu da Biodiversidade Cearense.
Fonte: Agência UFC