Card retangular azul com um triângulo amarelo saindo de um olho branco e azul com os dizeres Jornalismo sob cerco digital em letras azuis do lado esquerdo. Do lado direito, Dia Mundial da Liberdade de imprensa 2022 - 3 de maio. Abaixo à esquerda #DiaMundialDaLiberdadeDeImprensa e à direita a logomarca da Ajor. À direita acima, a logomarca da Unesco
Ajor se juntou à Unesco e outras organizações da sociedade civil em movimento para marcar este 3 de maio

por Ajor

Todos os anos a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) escolhe um tema para marcar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado em 3 de maio. Neste ano, o foco é “Jornalismo sob cerco digital: a era digital e o impacto na liberdade de expressão, na segurança dos jornalistas, no acesso à informação e na privacidade”. Com o apoio de diversas entidades, entre elas a Associação de Jornalismo Digital (Ajor), a Unesco no Brasil convida a sociedade civil e todos aqueles que acreditam no valor da democracia a se juntarem em um movimento nessa data.

O objetivo é chamar atenção para o valor e papel essenciais de uma imprensa livre e independente. Com o tema deste ano em destaque, veículos, sites de jornalismo digital, universidades profissionais podem contribuir com ideias e iniciativas para que, em benefício de toda a sociedade, buscando garantir um ambiente de trabalho seguro em todas as suas etapas para toda a imprensa.

Além da mobilização brasileira, a Conferência anual do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, promovida pela Unesco, acontece neste ano no Uruguai, de 2 a 5 de maio, em Punta del Este, com uma programação paralela também em Montevidéu. A secretaria executiva da Ajor estará presente no evento. Para saber mais, acesse aqui.

“O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado no dia 3 de maio, nos lembra da importância de respeitarmos o direito fundamental à liberdade de expressão, pilar essencial da democracia. Precisamos apoiar e defender os profissionais da mídia, para não serem alvos de restrição ou cerceamento de suas atividades, e de garantirmos que tanto os meios de comunicação, como os cidadãos, possam se expressar livremente, sem sofrerem ameaças, ataques ou qualquer tipo de violência ao apurar os fatos e relatar histórias”, afirma Marlova Noleto, diretora e representante da Unesco no Brasil.

Jornalismo sob cerco digital

A informação é um bem público, e a imprensa livre e independente é o seu guardião. No entanto, o jornalismo profissional nunca esteve tão ameaçado. Cada vez mais profissionais e organizações de notícias sofrem com todo o tipo de violações. Agora, entretanto, o cerco é digital.

Aos ataques, ameaças, prisões e atentados, juntam-se a violência virtual (principalmente contra as mulheres), a vigilância e o hackeamento de dados de jornalistas por parte de atores estatais e não estatais. O cenário se completa com a falta de transparência e de responsabilização das empresas de tecnologia, o que contribui para a proliferação de desinformação e discurso de ódio.

Sobre a data

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa é comemorado no dia 3 de maio. A data foi instituída pela Assembleia Geral das Organização das Nações Unidas (ONU) em 1993. No mesmo dia é também celebrada a assinatura da Declaração de Windhoek, capital da Namíbia, que foi sede de um seminário realizado por jornalistas africanos em 1991. A data celebra a luta pelo direito à liberdade aos profissionais de imprensa de divulgar, investigar e trazer ao conhecimento público informações de forma imparcial e independente.

Ajor celebra um ano

Card avermelhado com o nome Ajor em branco no centro e as logos da 82 associadas ao redorO dia 3 de maio também marca o aniversário de um ano de fundação da Ajor, organização que já reúne 82 veículos digitais de todo o País. “Vínhamos acompanhando há anos o surgimento de muitas organizações jornalísticas nativas digitais pelo Brasil afora, que promovem um jornalismo sério e independente. Ficamos muito felizes, no Centro Knight, quando líderes de algumas dessas organizações nos pediram ajuda na formação de uma associação, aproveitando nossa longa experiência dar assistência a jornalistas latino-americanos na formação de associações, como a Abraji no Brasil ou a Fopea na Argentina”, lembrou o professor Rosental Calmon Alves, fundador do Centro Knight.

Em 2021, com apoio do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, 30 iniciativas de jornalismo digital se reuniram para criar a Ajor, uma organização pioneira focada no jornalismo nativo digital — um ecossistema em constante ampliação e diversificação e que está fazendo a diferença na redução dos desertos de notícias e ampliação do acesso à informação. De acordo com o novo Atlas da Notícia, o segmento on-line já lidera o jornalismo local no Brasil.

“Graças a uma subvenção da Google News Initiative, tivemos a honra de poder trabalhar por meses, assessorando e dando o primeiro empurrãozinho para formação da Ajor. Estamos muito orgulhosos ao ver os impressionantes resultados do primeiro ano da Ajor, que se consolidou rapidamente como uma associação independente, comprometida com princípios éticos, com a diversidade, com a democracia e com a auto sustentabilidade de suas associadas”, acrescentou o professor Rosental Alves.

Para Guilherme Alpendre, vice-presidente do Conselho da Ajor, o surgimento da organização foi um passo importante para o reconhecimento de iniciativas de mídia digital, de organizações de jornalismo periférico e das que atuam fora do eixo Rio-SP. “Faz parte da nossa missão dar visibilidade ao trabalho destes meios, que é de altíssima qualidade, e ajudar na construção de redações mais profissionais e sustentáveis”, afirmou.

Durante seu primeiro ano de funcionamento, a Ajor teve foco na sua apresentação institucional e constituição de uma rede de parceiros, além da prospecção de novas associadas e consolidação da sua estrutura e equipe. Por meio do site e das redes sociais, a organização se posicionou em relação a diversas situações que impactam diretamente o ecossistema de jornalismo digital e seus profissionais.

Nesse período, a Associação também começou a desenvolver projetos, sempre com o objetivo de promover o jornalismo de qualidade e apoiar suas associadas. Conheça algumas das iniciativas que marcaram a trajetória da Ajor e de seus associados neste primeiro ano:

Conversas em Off: Com o objetivo de promover debates e servir como um ponto de encontro e colaboração para associadas, a Ajor promove encontros virtuais nos quais membros dos veículos e convidados de organizações parceiras dividem relatos e experiências. Até o momento, a organização promoveu 15 encontros de diversas temáticas: “Como mensurar o impacto do jornalismo”, “Introdução a estratégias de produto no jornalismo”, “Publicidade programática e Google Ads”, “Como fazer uma boa newsletter”, entre outros.

#DiadeDoar: Campanha de financiamento articulada com 26 organizações associadas, com objetivo de arrecadar doações para fortalecimento do jornalismo digital de qualidade. As ações para estimular as doações foram feitas nos perfis de redes sociais das organizações de jornalismo, sempre usando a hashtag #diadedoar. A ideia foi motivar os leitores a contribuírem financeiramente para que o trabalho dessas organizações se sustente e seja ampliado.

Acelerando a Transformação Digital: o programa foi desenvolvido em parceria com o International Center for Journalists (ICFJ) e com o apoio do Meta Journalism Project, e oferece mentoria e recursos para ajudar empreendedores de mídia a construir modelos de negócios inovadores e desenvolver habilidades de gestão. O conteúdo do programa focado em iniciativas digitais foi construído a partir dos resultados de uma pesquisa com associadas da Ajor. Na sua primeira fase, os participantes passaram por 12 sessões de treinamento on-line com especialistas. E na etapa seguinte, que está em curso agora, 15 organizações foram selecionadas para receber coaching estratégico e tático com especialistas do setor e um fundo de US$ 15.000 por organização.

Festival 3i 2022: Em 2022, a organização do Festival 3i, um dos principais eventos da América Latina voltado especialmente para a inovação e o empreendedorismo no jornalismo digital, foi realizada pela Ajor. A programação da edição foi on line, gratuita e multiplataforma, distribuída pelo site do 3i e por meio das redes sociais. A estrutura foi formada por meio de cinco trilhas temáticas que guiam as mesas e painéis com convidados: democracia, diversidade, distribuição, empreendedorismo e meio ambiente.

Além disso, outros conteúdos exclusivos, como vídeos e podcasts, foram disponibilizados durante os dias do evento. Ao longo de uma das mesas do Festival, também foi lançado o curso “Jornalismo Empreendedor: Estratégias de Sustentabilidade para Meios Digitais Independentes”, novo curso gratuito do Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, em parceria com a SembraMedia e a Ajor.

Google Web Stories: 30 associadas da Ajor foram convidadas pela Google News Initiative para um projeto de aperfeiçoamento e remuneração para veículos jornalísticos digitais que estão implementando o formato Web Stories em suas produções. A iniciativa ajudou estes no desenvolvimento de novos produtos e no aumento do alcance e audiência para estas plataformas, além de servir como mais uma fonte de recursos. Conheça alguns dos resultados.

A associação está com diversos projetos previstos e já em etapa de planejamento para seu segundo ano. “Em 2021, o foco foi apresentar a entidade ao ecossistema do jornalismo e à sociedade. Marcando esse novo momento, estamos com diversas iniciativas importantes em execução ou em fase de implantação, enlaçadas nos nossos eixos de trabalho: diversidade, profissionalização e defesa do jornalismo e da democracia. Essas ações são direcionadas a impulsionar e dar robustez às associadas, principalmente em um ano marcado pelo pleito eleitoral”, ressalta Géssika Costa, coordenadora de projetos da Ajor.

Liberdade de imprensa nas eleições de 2022

Card azul com desenho pontilhado em tons de vermelho de mão segurando microfone e os dizeres: ORGANIZAÇÕES PEDEM GARANTIAS PARA A LIBERDADE DE IMPRENSA NAS ELEIÇÕES 2022 em letras pretas com destaque para LIBERDADE DE IMPRENSA, numa caixa branca. Abaixo uma faixa branca com as logos da parceiras Abraji, Ajor, Artigo 19, CPJ, Fenaj, FNDC, Intervozes, Repórteres Sem Fronteiras, Palavra Aberta e Tornavoz

Ainda por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, um grupo de organizações, incluindo a Ajor, divulgou hoje uma carta ondem chamam a atenção das autoridades públicas e da sociedade para os riscos de violações à liberdade de imprensa durante este ano eleitoral no Brasil.

Segue um trecho:

“O acesso à informação é um direito humano fundamental para o exercício da cidadania e o fortalecimento da democracia. Para além de seu papel na garantia do direito à informação, jornalistas, comunicadores e veículos da imprensa desempenham um papel essencial na prestação de contas de governos e autoridades públicas à sociedade.

Durante o período eleitoral, o papel da imprensa se torna ainda mais relevante para garantir o acesso à informação necessária para uma participação cidadã no debate público e no processo eleitoral de forma consciente e crítica. Tentativas de enfraquecer ou restringir o trabalho de jornalistas e veículos da imprensa em um contexto eleitoral violam não apenas o direito das pessoas à informação: também enfraquecem os processos democráticos.”

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