Imagens mostram o antes, durante e pós incêndio no Parque Estadual do Cocó, nos dias 15, 18 e 19 de novembro | Fonte: Lapis / Planet Scope
Fortaleza – CE. Como noticiamos aqui, ainda na quinta-feira (18), um incêndio atingiu a vegetação do Parque Estadual do Cocó, maior parque natural em área urbana do Norte e Nordeste e o quarto da América Latina. O incêndio causou impactos na flora, fauna e deixou parte da Cidade tomada pela fumaça entre a madrugada de quarta (17) e manhã de quinta. Até o início da tarde, o fogo foi controlado por bombeiros militares e brigadistas voluntários, mas já havia deixado um rastro de destruição, conforme mostram imagens de alta resolução gentilmente cedidas pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), ligado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Segundo o titular da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Artur Bruno, na sexta-feira pela manhã, foi iniciado um diagnóstico das consequências do incêndio: “Foi feito um voo no helicóptero da Ciopaer (Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas) com os nossos técnicos e traçada a poligonal. O incêndio atingiu um perímetro de 46 hectares”.
“À tarde, nós iniciamos a avaliação sobre a perda de fauna e de flora. Isso não está concluído. Deve ser fechado neste começo de semana. Já sabemos que perdemos em torno de 50 árvores. A área era de capinzal, que fica alagado no primeiro semestre e seca totalmente no segundo. Foi nesse capim seco que o incêndio começou. Mas avançou para uma área próxima à Murilo Borges, onde queimou as árvores”, avaliou.
Ainda segundo Bruno, começou também a investigação para ver se o incêndio foi criminoso. Ela envolve a Polícia Civil, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), a Sema e a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).
“Já tomamos a decisão de que, no começo do ano, assim que começarem as chuvas, faremos o plantio, reflorestamento do dobro do número de árvores queimadas, no caso 100 espécies de manguezal. Vamos mobilizar a sociedade, fazer um movimento em pról do Cocó. Não podemos mais perder fauna e flora na Bacia do Cocó”, declarou o secretário em entrevista exclusiva à Eco Nordeste.
Ao tomar conhecimento do incêndio no Cocó, o meteorologista, professor da Ufal e fundador do Lapis, Humberto Barbosa, processou algumas imagens que mostram a área do Cocó antes, durante e após o incêndio. De alta resolução, elas mostram tamanho da destruição do incêndio em Parque do Cocó.
“As imagens foram processadas pelo Lapis, captadas pelo satélite Super Dove, da constelação Planet Scope. O Lapis é um laboratório da Ufal especializado em monitoramento ambiental e vem trabalhando com imagens do satélite de alta resolução para mapear com precisão áreas de degradação ambiental no Brasil e desertificação na região semiárida”, explicou o professor.
O que não se consegue entender é como o fogo atingiu uma área de 46 hectares(460.000 m²) e só foram queimadas 50 árvores. Outra coisa é a promessa do próprio Secretário SEMA que irão ser plantadas 100 árvores de espécies do mangue, quando se sabe que em todos estes anos a SEMA não conseguiu montar um viveiro de mudas como vem prometendo.
Foi informado que a maior parte atingida foi um capinzal que fica alagado no período chuvoso.