Icapuí – CE. A Fundação Brasil Cidadão (FBC), Organização Não Governamental (ONG) que atua no município de Icapuí, último do litoral leste do Ceará antes do Rio Grande do Norte, completou, no dia 6 de junho, 25 anos de atividades. Como gesto simbólico de comemoração, foi realizado na manhã Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, o plantio de 100 mudas de mangue no Bosque da Memória Verde Vida, em homenagem às vítimas da Covid-19 e em respeito aos profissionais de saúde do Município.
Em janeiro de 2019, a FBC sofreu um duro golpe: um incêndio praticado por facções criminosas “em guerra” contra o governo do Estado naquele momento. Esse atentado reduziu a cinzas a Estação Ambiental Mangue Pequeno, na Praia de Requenguela, em Icapuí. Com a extinção do centro de referência em Educação Ambiental continuada e criação, implantação e difusão de Tecnologias Sociais, a Instituição teve que se reinventar ainda mais com o agravamento da pandemia.
“Os projetos, principalmente o “De Olho na Água”, patrocinado pela Petrobras, continuaram com o trabalho da equipe em home office. Os demais projetos, com destaque para o plantio de mudas de mangue como parte da campanha “Bosques da Memória”, iniciativa da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), continuam em atividade. Em Icapuí, a FBC lidera esse Programa com o plantio de 350 mudas no Bosque da Memória Verde Vida em homenagem às vítimas da Covid-19 e em reconhecimento aos profissionais de saúde do Município”, destaca o presidente da Fundação, João Bosco Priamo Carbogim.
Reconstrução
Como prometido em 2019, o Governo do Estado deu início recentemente à reconstrução da Estação Ambiental, o que permitirá o incremento das ações de Educação Ambiental dentro dos protocolos de segurança da vigilância sanitária. Mesmo assim, a Estação Ambiental Mangue Pequeno, que simboliza o trabalho da FBC em Icapuí, foi reconhecida neste ano como Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Antes, a RPPN Serra da Pacavira, em Pacoti, já havia sido também contemplada com o título de Posto Avançado da RBMA.
Nesses 25 anos, a FBC conquistou o Prêmio Muriqui Pessoa Jurídica da RBMA; o Prêmio em Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil; foi escolhida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) para o livro “25 melhores práticas de agricultura familiar” com o Projeto “Mulheres de Corpo e Algas” e foi finalista nesse mesmo prêmio com o Projeto “De Olho na Água”, além de ter o Projeto “Polinizando o futuro com abelhas nativas” listado na Bovespa. Foi ainda escolhida pelo Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), de São Paulo, como um dos cinco modelos exitosos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil.
“Com a retomada pós-pandemia, a FBC continua desenvolvendo os programas de Educação Ambiental continuada, focada nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e nas metas das Décadas do Oceano e da Restauração dos Ecossistemas, recuperando áreas de manguezal além dos nove hectares já plantados, fortalecendo o protagonismo das comunidades, gerando renda por meio de atividades sustentáveis de baixo impacto como o turismo de base comunitária, a mariscagem e a pesca artesanal“, destaca Bosco.
Um dos objetivos é consolidar a Área de Proteção Ambiental (APA) estadual Berçários da Vida Marinha, recém-criada, entre as APAs municipais da Ponta Grossa e da Barra Grande, formando um mosaico ecossistêmico, que inclui o manguezal e o banco de algas.
“A FBC continuará com o foco voltado para o protagonismo comunitário, tendo como base o conhecimento tradicional e científico, a preservação dos ecossistemas, a mudança de atitude e o respeito aos princípios universais de equidade e justiça, priorizando crianças, adolescentes e mulheres”, conclui o presidente da FBC.