A produção de resíduos pós-industrial é um desafio a ser enfrentado de frente. Mas a própria ciclagem de matéria orgânica, que era natural quando a população humana mundial era menor, tornou-se desafiadora para pessoas que vivem em cidades, apartamentos e não fazem ideia do caminho que leva o lixo que o caminhão carrega três vezes por semana.
A primeira Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR) da Reusir, instalada em Itaitinga, município da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), conta com 18 funcionários com carteira assinada, sendo dez ex-catadores do lixão que fica ao lado. Seu negócio principal é exatamente o aproveitamento da matéria orgânica para a compostagem.
Para isso, o primeiro passo é a triagem manual dos resíduos. O que pode ser reciclado é encaminhado à indústria para retornar ao mercado. O rejeito, que não pode ser reciclado e nem transformado em composto para dar vida às plantas, é destinado ao Aterro Sanitário Metropolitano Oeste (Asmoc), localizado em outro município da RMF, Caucaia.
A Reusir conta com uma equipe técnica que monitora todas as etapas para a formação do composto orgânico. Ao final, ele não apresentar qualquer odor que indique a sua origem e está apto para a sua destinação.
A empresa produz 780 toneladas de adubo por mês e um container de rejeito por dia. Mas esses números podem mudar em breve. O consultor ambiental da empresa, Juliano Pessoa, conta que atualmente a usina recebe resíduos oriundos da coleta residencial de Fortaleza, mas está sendo negociado o recebimento dos resíduos da Central de Abastecimento S.A. (Ceasa), localizada em outro município da RMF, Maracanaú. “Os resíduos da Ceasa são compostos por 60% a 80% de orgânicos”, alegra-se.
Com o aumento no vulome de material orgânico, a expectativa é criar mais um turno, contratar mais 15 funcionários, e, dessa forma, dobrar para 1.560 toneladas / mês. Por enquanto, o adubo está sendo destinado a uma fazenda no Interior do Estado.
A unidade de Itaitinga, segundo Juliano Pessoa, é um piloto que vem funcionando muito bem e a empresa está aberta a propostas para instalar outras unidades em diferentes municípios do Ceará, de acordo com a oferta de resíduos orgânicos e a demanda por fertilizante natural.
Mais informações: reusir.eco.br