A engenheira ambiental e sanitarista, Ana Ivna Alves Milério, o arquiteto e urbanista Matheus Titara e o estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária Leonardo Holanda Lima conquistaram a premiação

 

Por Adriana Pimentel
Colaboradora

É do Ceará a iniciativa vencedora na substituição do uso de canudos de plástico. Três jovens cearenses empreendedores conquistaram o primeiro lugar do desafio lançado na plataforma global de inovação aberta da Nestlé no Brasil que teve como tema “Iniciativas para a substituição de canudos de plástico”. Uma conquista que representa vitória para o meio ambiente.

O projeto vitorioso que tem como objetivo buscar propostas para repensar o papel dos canudos de plástico e foi idealizado pela engenheira ambiental e sanitarista, Ana Ivna Alves Milério, o arquiteto e urbanista Matheus Titara e o estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária Leonardo Holanda Lima.

O grupo recebeu um prêmio único de US$ 50 mil para a implantação de um piloto em conjunto com a Nestlé Brasil: um protótipo de caixinha de Nescau Prontinho com um canudo acoplado para dobrar, feito do mesmo material da embalagem atual do produto. A ideia é que a caixinha do achocolatado venha com lacre que, ao ser retirado, libera o canudo na dobradura.

Espírito Empreendedor

O protótipo do canudo acoplado trouxe uma solução que utiliza um único material, reciclável e que não interfere na composição do produto. “Eles tiveram espírito empreendedor e, ao mesmo tempo, o prêmio do desafio será importante para fazer o negócio acontecer”, comenta a diretora de Transformação Digital da Nestlé Brasil, Carolina Sevciuc. Além do investimento da Nestlé, o projeto vencedor será acelerado em parceria com a Fundação Dom Cabral.

“A tecnologia permite a conservação do líquido, com barreira contra microorganismos, a produção em escala e com variedade de embalagens”, explicou Leonardo Holanda Lima, um dos idealizadores do projeto. “É uma grande emoção ganhar esse prêmio, porque reforça a necessidade de agregar conhecimentos para modificar o cenário de sustentabilidade no Brasil e provocar uma mudança de consciência das pessoas”, complementa Ana Ivna.

O desafio HENRi@Nestlé contou com 72 projetos inscritos e, desse universo, cerca de 90% foram de empreendedores brasileiros. “O ambiente criativo e de inovação está em ascensão no Brasil e os números do nosso desafio mostram que há um estímulo contínuo em busca de um mindset de transformação e dinamismo”, avalia Carolina Sevciuc.

Outras iniciativas

Coloridos e de tamanhos variados os canudos de plástico estão presente no nosso cotidiano. Mas existem iniciativas, como as dos jovens cearenses, para substituí-los e conscientizar sobre o quanto são nocivos ao meio ambiente. O canudo de plástico representa 4% de todo o resíduo plástico do mundo e, por ser feito de polipropileno e poliestireno (plásticos), não é biodegradável, podendo levar até mil anos para se decompor no meio ambiente.

No Rio de Janeiro, por exemplo a ‘Lei dos Canudinhos‘ foi sancionada, no ano passado, pelo prefeito Marcelo Crivella e a proibição movimenta o mercado sustentável e estimula novos hábitos, como levar o próprio canudinho na bolsa, que pode ser feito com outros materiais, como papel; ou os reutilizáveis que já vêm sendo comercializados, como os canudinhos de bambu, de alumínio ou de vidro. Todos vêm com escovinha para limpeza e até capinha para embalar.

Em Fortaleza, Projeto de Lei Ordinária Nº 366/2018, de autoria do vereador Iraguassú Filho (PDT), que proíbe o fornecimento de canudo plástico em estabelecimentos comerciais da Capital, tramita na Câmara Municipal de Fortaleza (CMF) desde o ano passado. Na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), os deputados Renato Roseno (Psol) e Marcos Sobreira (PDT) já apresentaram projetos de Lei neste sentido.

Luta contra o consumo do plástico

Os números impressionam: só nos Estados Unidos, mais de 500 milhões de canudos plásticos são utilizados diariamente, de acordo com uma pesquisa do governo. O Fórum Econômico Mundial relata a existência de 150 milhões de toneladas métricas de plásticos nos oceanos. Caso o consumo de plástico siga no mesmo ritmo de hoje, cientistas preveem que haverá mais plástico do que peixes no oceano até 2050.

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