A mortandade de tilápias cultivadas no reservatório tem sido recorrente desde 2015 | Foto: Prefeitura de Jaguaribara

Mais uma vez, o maior açude do Estado do Ceará registra morte de tilápias cultivadas em suas águas e o motivo, embora ainda esteja sob investigação por especialistas, provavelmente é o mesmo das vezes anteriores: queda no nível de oxigênio em virtude do volume baixo e da excessiva carga de matéria orgânica.

Localizado na Bacia do Médio Jaguaribe, atualmente, o Castanhão acumula apenas 3,62% da sua capacidade máxima. O Orós, segundo maior reservatório do Ceará, que fica no Alto Jaguaribe, conta com 5,39%. Todos os 155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), reúnem 10,4% da capacidade.

Voltando à mortandade de tilápias, mais de 100 toneladas de peixes mortos foram encontradas nesse sábado (9), no Castanhão, em Jaguaribara. O fenômeno começou a ser registrado na quinta-feira (7). Segundo a Prefeitura, toda a produção foi perdida nas regiões do Curupati, Jaburu e proximidades da unidade do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).

Durante todo o sábado, funcionários da Prefeitura fizeram a retirada dos peixes do local para evitar contaminação. Em nota, a gestão diz que atuará junto à secretaria estadual e ao ministério responsáveis pela pesca para oferecer suporte aos piscicultores da região.

Na nota, a Prefeitura destaca suas ações:

  • Monitoramento sanitário das produções através de coleta de peixes sintomáticos para análises laboratoriais para identificação das causas e facilitar na prevenção de causas que possibilitem a perda da produção;
  • Incentivo às práticas de controle sanitário através do uso de vacinas autógenas visando a prevenção de doenças;
  • Monitoramento dos parâmetros (temperatura, oxigênio dissolvido e pH)
  • Realizações de Palestras com temas importantes  em parceria com empresas de rações.

Segundo a Prefeitura de Jaguaribara, a produção que o Castanhão já atingiu no seu auge foi de 1 milhão e meio de quilos de tilápia por mês. “Em 2017 produzimos 10% desse número, ou seja, 150 toneladas por mês, em 2018 produzimos em torno de 300 toneladas”, declara.

Ainda de acordo com a gestão municipal, não foi concluído o levantamento da perda, “mas já está perto de 50%  do que tínhamos no açude, um número que chega à  150 mil quilos de peixe”, destaca. Assina a nota a secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico, Aquicultura e Pesca, Lívia Barreto.

Perdas recorrentes

A primeira grande perda de pescado no reservatório. neste ciclo de chuvas abaixo da média que se intensifica desde 2012. foi em junho de 2015 e que se repetiu em igual período de 2016.

Na época, os piscicultores culparam a Cogerh por realizar uma manobra de abertura e fechamento da válvula dispersora para liberação da água. Segundo os criadores, esse movimento provocava onda de impulso vertical de baixo para cima elevando material decomposto, reduzindo oxigenação da água e causando a morte dos peixes.

O Açude Castanhão já foi o responsável por 50% da produção de peixes em gaiolas no Ceará e chegou a produzir 12 mil toneladas em 2014, reunindo 670 psicultores.

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