Novos resquícios de petróleo são recolhidos de praias cearenses

Por Alice Sales
Colaboradora

Na última sexta-feira (3), a Marinha do Brasil, Projeto Tamar/ Fundação Pró Tamar e Prefeitura de Itarema coletaram 50 kg de petróleo cru entre as praias de Almofala e Tijuca | Foto: Projeto Tamar/ Fundação Pró Tamar

Itarema – CE. Após dois meses do aparecimento das primeiras manchas de petróleo cru no mar do Nordeste, a substância volta a chegar a praias do Ceará. Resíduos foram encontrados nas praias de Almofala, no município de ItaremaCaetanos de Cima, no município de Amontada, e nas praias de Apiques e Barra do Poço Velho, em Itapipoca, todas no Litoral Oeste do Estado, na última semana.

As informações são de uma nota conjunta assinada pela Marinha do Brasil, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Agência Nacional do Petróleo (ANP).

“Em Itarema, entre a praia de Almofala e Praia da Tijuca (antiga praia da Boca da Barra), foram coletados 50 kg da substância durante ação de limpeza que ocorreu na última sexta-feira (3), liderada pela Marinha do Brasil, Projeto Tamar/ Fundação Pró Tamar e Prefeitura Municipal de Itarema. A Marinha recolheu o óleo coletado,” destaca Eduardo Lima, coordenador do Projeto Tamar no Ceará.

A Marinha do Brasil informou, por meio de nota, que amostras do material foram enviadas para análise no Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), para verificar a procedência do óleo encontrado na praia cearense.

De acordo com Rivelino Cavalcante, professor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC), o reaparecimento do material evidencia uma grande quantidade de óleo ainda à deriva no oceano. “Já era para ele estar mais decomposto, no nível de micropartículas, ou até no nível molecular, no tamanho que não seria visto tão fácil a olho nu. Isso evidencia que há muito material”, alerta.

A Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace) informou que manterá até março a posição de alerta para o risco de aparecimento de novas manchas de óleo. A medida se deve à maior frequência do fenômeno swell, caracterizado pela formação, a partir de tempestades, de ondas de até três metros de altura em alto mar, e que acumulam muita energia em seu caminho rumo à costa, o suficiente para remover possíveis blocos de óleo submersos.

As manchas de óleo começaram a aparecer no litoral brasileiro no início do mês de setembro do ano passado. A substância atingiu as praias dos nove estados do Nordeste e também chegou a praias do Espírito Santo e do Norte do Estado do Rio de Janeiro.

Segundo o Ibama, até o momento 998 localidades da costa brasileira foram atingidas. Até agora, a origem do derramamento ilegal do petróleo cru ainda não foi confirmada.

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