Empresa cearense mostra viabilidade de construções sustentáveis em contêineres

 

Quando o empresário de transporte americano Malcom McLean desenvolveu o moderno contêiner de transporte intermodal, que revolucionou o comércio internacional na segunda metade do século XX, otimizando de forma significativa o transporte de carga no Planeta, não poderia imaginar que, além da facilidade de transporte por navios, rodovias e ferrovias, poderia ter a sua vida útil eternizada na forma de construções.

Eles são feito de aço patinável, também conhecido pela marca Corten, que em sua composição contém elementos que melhoram suas propriedades anticorrosivas. Este tipo de aço é muito utilizado na construção civil por apresentar, em média, três vezes mais resistência à corrosão que o aço comum.

“Os contêineres são feitos para durar 100 anos aguentando peso, pancadas, sol, chuva, neve e maresia pesada”, argumenta o arquiteto fortalezense Gildomar Lima, que há cerca de um ano inaugurou a Gsol, empresa que nasceu com a missão de disseminar novas tecnologias, em projetos arquitetônicos e de construção, em caráter sustentável, procurando a otimização dos recursos construtivos, tanto em relação aos materiais empregados quanto aos processos e mão de obra especializada, garantindo reduções no tempo, custos, desperdícios e volume de água necessário à execução de uma obra, comparados à execução de uma obra convencional brasileira em alvenaria/concreto.

A princípio, a empresa prioriza o uso de contêineres marítimos como base estrutural para módulos habitáveis, perfeitamente viáveis técnica e economicamente, associando a estas construções sustentáveis a instalação de geradores de energia solar fotovoltaica, tecnologia também viáveis e acessíveis.

Gildomar explica que, desde a década de 1950, quando foram criados, até os anos 1990, os contêineres fora de vida útil viravam sucata. Há pouco mais de duas décadas, eles passaram a ser utilizados para a construção de habitações na Europa. Pouco depois, essa tendência chegou ao mercado brasileiro, inicialmente pelo interior dos estados de São Paulo e Santa Catarina.

Pioneirismo no Nordeste

Ainda hoje, o uso mais comum é o comercial. Mas, segundo o arquiteto, utilizando tecnologias apropriadas, o material se mostra extremamente rápido, eficiente e econômico na construção de residências, que podem, inclusive, ser transportadas, depois de construídas, para outros terrenos. “É uma construção plug and play, ou seja, pode-se ligar à energia, água e esgoto e funcionar em qualquer lugar”, afirma. Daí o pioneirismo da Gsol em contêineres habitáveis no Nordeste.

“Há empresas trabalhando com construções em contêineres na região, mas para fins comerciais, em locais sombreados, que não exigem um acabamento. Neste tipo de construção, quase não há argamassa, a não ser para montar os pilares sobre os quais é instalado o contêiner. Todos os materiais utilizados são pré-fabricados. No processo, praticamente não se utiliza água e não há resíduos. Trabalhamos com cortes e dimensionamentos. As sobras são utilizadas em acabamentos na própria obra ou em obras posteriores”, completa. O isolamento termo-acústico, por exemplo, é feito com lã de PET, um material reciclado e barato. São utilizadas 145 garrafas, em média, para a fabricação de cada metro quadrado.

Assista vídeo sobre o trabalho da Gsol com construções em contêineres:

Serviço

Endereço: Rua Licurgo Montenegro, 444 – Padre Andrade – Fortaleza
Telefones: (85) 3032-4931 / 9 9984-2213
Funcionamento: segunda-feira a sexta-feira – das 8h às 17h
Facebook: GildomarLimaArquiteto
Instagram: gildomar.lima

Quer a apoiar a Eco Nordeste?

Seja um apoiador mensal ou assine nossa newsletter abaixo: