O mais recente mapa do Monitor de Secas apontou que, em janeiro, o Ceará apresentava 42,03% do seu território sem seca relativa. O dado é o mais positivo desde o início do processo de acompanhamento regular e periódico da situação da seca na região Nordeste, em julho de 2014.
Em dezembro de 2018, a área sem seca era de 7,55%, o que representa uma diferença de 34,48%. Já em relação ao mesmo período do ano passado, o Estado não apresentava nenhuma porção do seu território sem seca.
De acordo com o meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) Raul Fritz, as chuvas de Pré-Estação no Ceará, que ocorrem de dezembro a janeiro, contribuíram para a melhoria do cenário.
“Em janeiro, as chuvas incidiram sobre todo o Estado, mas se concentraram mais em áreas do norte, centro e leste. O oeste do Ceará, em torno de Crateús até Campos Sales e Salitre, por exemplo, recebeu menos chuva. Já em dezembro, os resultados para a porção norte do Estado foram satisfatórias de maneira geral”, explicou o pesquisador.
Diagnóstico da região
Entre os estados que compõem o Monitor de Secas, incluindo Minas Gerais, o Maranhão é o que apresentou maior proporção do território sem seca relativa: 51,81%.
No que se refere à região como um todo, a ferramenta indica 20,93% sem nenhum nível da estiagem. A área com a situação mais extrema é de apenas 2,51%, compreendendo uma porção dos estados da Bahia, Pernambuco e Piauí. Em relação a janeiro de 2018, a região apresentava 25,01% da sua áreas em seca excepcional.
Açudes monitorados no Ceará
Apesar dos resultados da Pré-Estação que indicam 51,3% acima da média, atualmente, os 155 açudes monitorados no Ceará pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), 104 estão com volume inferior a 30%, sendo 11 completamente secos; e apenas cinco estão acima de 90%, sendo três sangrando: São Jose I (Boa Viagem), Germinal (Palmácia) e Tijuquinha (Baturité).
O Castanhão, maior reservatório para múltiplos usos do Ceará, está com 3,52% do seu volume total. O Orós, segundo maior, com 5,36%; e o Arrojado Lisboa (Banabuiú), com 5,4%.
Fontes: Funceme e Portal Hidrológico do Ceará