Lançado em julho passado, o Projeto Rede de Conservação e Restauração da Chapada do Araripe visa a conservação da biodiversidade da Caatinga, a partir do reflorestamento de 500 hectares distribuídos entre municípios do Ceará, Pernambuco e Piauí. A meta equivale a um milhão e duzentas mil árvores a serem cultivadas pelos próximos quatro anos. O Projeto é executado pelo Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan) e tem como apoiador financeiro o Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal.
Na primeira fase, o objetivo é mobilizar áreas por meio de contatos com proprietários de terras que queiram ser parceiros para implementar ações de reflorestamento junto com o Cepan. Os interessados precisarão preencher um formulário (www.cepan.org.br). Os próximos passos incluem análise das informações disponibilizadas pelos proprietários e visita técnica para conhecimento e validação das áreas.
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Além de contribuir para a conservação da biodiversidade da Caatinga, o Projeto inclui benefícios socioambientais, como estruturação de mercados locais de sementes e mudas de espécies nativas, participação e treinamento dos atores locais, estímulo ao engajamento e empoderamento de mulheres e comunidades tradicionais no território da Chapada do Araripe. “Da sua implementação até a conclusão, o projeto recuperará 30 nascentes, implementará 30 SAFs (Sistemas Agroflorestais) e serão mais de 30 mil beneficiados direta e indiretamente”, explica o coordenador geral do Cepan, Joaquim Freitas.
Segundo suas informações, a primeira fase, já iniciada, visa identificar, mapear e diagnosticar os 500 hectares onde será trabalhada a restauração florestal nos 33 municípios que abrangem a região da Chapada do Araripe nessa tríplice fronteira entre Pernambuco, Piauí e Ceará. “Estamos chegando junto de instituições locais que já trabalham com ações de educação ambiental, com prefeituras, com a gestão da Unidades de Conservação, todas as pessoas que podem ajudar a percolar as informações para chegar aos principais interessados em restaurar as suas propriedades, fazer a inciativa chegar ao principal público e consolidar isso por meio de um grande banco de dados de áreas que vão ser restauradas pelo projeto nos próximos quatro anos”, detalha.
Joaquim reforça que, uma vez que o projeto esteja finalizado, com 500 hectares e 30 nascentes reflorestadas e 30 sistemas agroflorestais implantados, a ideia é montar uma cadeia produtiva da restauração florestal na região da APA da Chapada do Araripe com a oportunidade de capacitação a atuação em diferentes ramos da restauração florestal, desde a produção de insumos, mudas, sementes nativas, até o trabalho na implantação das ações, de sistemas agroflorestais ou mesmo sendo beneficiários dessas atividades.
“Queremos, neste primeiro momento, identificar parcerias locais que possam reforçar a nossa atuação e principalmente capilarizar as informações para aqueles que serão os beneficiários do projeto, pessoas que querem restaurar as suas propriedades e pessoas e grupos que podem participar dos processos de capacitação que o projeto prevê. Entramos em contato com a Ematerce; ONGs como a CAATINGA, Chapada, ACB, Aquasis, Fundação Araripe; o ICMBio, gestor da APA do Chapada do Araripe e Flona do Araripe Apodi, UCs mais emblemáticas da região. E depois vamos estabelecer parcerias de acordo com o portfólio trabalho de cada uma”, finaliza.