Por Glória Tega
Colaboradora
Teresina – PI. Pensar de maneira diferente, mudando a pergunta de “o que o mundo pode nos dar de benefício?” para “o que de melhor eu posso oferecer ao mundo?”. Parece utopia, mas trata-se de uma proposta concreta e que é tema do livro “Sustentabilidade 4.0”, lançado no dia 3 de outubro, no Rio de Janeiro, durante a Primavera Literária, e também no dia 5, no Congresso Brasileiro Ciência e Sociedade, realizado em Teresina (PI).
A autora Magda Maya, formada em Geografia e doutora em Desenvolvimento e Meio Ambiente, explica que um caminho possível para essa mudança de postura são os chamados “4 Rs da Sustentabilidade”: Reconexão Pessoal, Remodelagem Empresarial, Representatividade Institucional e Renovação legal. Os quatro erres propostos dizem diretamente qual é a ação e o responsável.
A Reconexão Pessoal é mais aprofundada, para além dos hábitos, é buscar uma reconexão com a vida, com a natureza, com tudo que é vivo. Da mesma forma, as empresas precisam de uma remodelagem dos seus negócios para que atendam às premissas da Sustentabilidade, que sejam empresas que atendam aos interesses da coletividade, não só do lucro ou que apenas estimulem o consumo e o descarte.
A Representatividade Institucional porque as instituições, principalmente da área de licenciamento e meio ambiente, não representam há muito tempo os interesses da sociedade, mas sim do capital privado que em muitos casos produzem grandes impactos sociais e ambientais. A Renovação Legal é a necessidade de mudança do ordenamento jurídico mesmo, como no Equador, onde já se pensa nos direitos da natureza e até numa Revolução Ecojurídica, explica Magda Maya.
Para conseguir essa guinada, Maya sugere primeiro que o leitor se reconecte com a origem dos desafios ecológicos que o homem sempre enfrentou, mas que ganham especial força a partir da primeira revolução industrial. Depois de compreender esses desafios, a autora apresenta uma análise crítica sobre o conceito de Desenvolvimento Sustentável, evidenciando uma clara diferença entre a teoria e a prática.
A escritora apresenta, no fim, os caminhos para uma “Sustentabilidade 4.0”, com a prevalência de uma nova mentalidade, assim como novas formas de convivência harmônica com a natureza. São alternativas chamadas pela pesquisadora de “pontos de luz”, iniciativas ainda sutis que já estão ocorrendo em todo o mundo, proporcionando uma nova abordagem efetivamente sustentável. “São ações, como o Ciberativismo ou o Ecofeminismo, ou novas metodologias, como a Biomimética e a Valoração de Serviços Ecossistêmicos. Mas essa mudança, a Sustentabilidade 4.0, só poderá vir por meio da Ecoalfabetização”, acredita.
Há eventos de lançamento do livro “Sustentabilidade 4.0” previstos também em Fortaleza (CE), Natal (RN) e São Paulo, em datas a serem confirmadas.
