Os resíduos da construção civil ainda são um grande problema nas cidades, pelo grande volume e peso, reduzindo a vida útil de aterros sanitários, quando não impactam em áreas verdes. A solução é o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, com a reciclagem e aproveitamento do material
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) tramitou cerca de 18 anos até ser instituída pela Lei Nº 12.305/2010. Seus princípios são Desenvolvimento Sustentável, a responsabilidade compartilhada e o reconhecimento do resíduo sólido como bem econômico gerador de trabalho e renda. Os objetivos norteiam a proteção da saúde e do meio ambiente e a redução do volume de resíduos sólidos, incentivando a reutilização, a reciclagem e o tratamento.
Para implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto, a PNRS aponta meios como a Logística Reversa, a coleta seletiva, a Educação Ambiental e a pesquisa além de órgãos que regulamentam parâmetros de preservação ambiental. Essa cadeia de responsabilidade compartilhada compreende todas as etapas pela qual o produto passa, desde a obtenção de matéria-prima e produção, até o consumo e descarte final, ou seja, fabricantes, consumidores e o serviço público.
Foi dado um prazo inicial de quatro anos para adequação. Tudo muito perfeito… No papel. Oito anos depois, essas ações previstas engatinham no País. A maior parte dos resíduos gerados ainda vai parar em lixões ou pior, em áreas verdes, lagoas, riachos e rios.
Entre os diversos tipos de resíduos, um chama atenção pelo volume e peso: os resíduos da construção civil, popularmente conhecidos como entulho. Em pequenas ou grandes proporções, ele precisa ter destinação adequada, de preferência retornar ao setor produtivo, barateando obras, não reduzindo a vida útil de aterros sanitários ou impactando áreas naturais e minimizando a extração de matéria-prima da natureza.
Em Fortaleza existe opção
Na capital do Ceará, felizmente, há opção para dar destinação adequada a esses materiais. A Usifort Ambiental, fundada em 1997, é a única empresa especializada em demolição, recolhimento e reciclagem de entulhos no Estado; e atualmente tem capacidade para processar até mil toneladas por hora. Além de demolir, receber, separar e reciclar o entulho, produz material para novas construções, desde brita em variadas dimensões e pó de pedra, até tijolos ecológicos e ferragens. Para dar conta do trabalho pesado, diversos equipamentos são utilizados.
[small_title title=”Serviços já realizados”]- Demolição e reciclagem da antiga Fábrica Bacardi para obra do Riomar Shopping Recife, reaproveitando todo material na obra para pavimentação
- Construção do Conjunto Anita Garibaldi para a Prefeitura de Fortaleza, com 20 unidades habitacionais multifamiliares feitas com tijolos ecológicos
- Demolição da Academia de Policia para dar espaço ao Centro de Convenções
- Demolição dos blocos com cinco pavimentos do Residencial Cruzeiro do Sul, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF)
- Recebimento de demolição de pavimento asfáltico e fornecimento do material reciclado como base e sub base na obra de pavimentação do cruzamento da Rua Dr. Theberge com Av. Bezerra de Menezes, em Fortaleza
- Construção do auditório, biblioteca e sala de reunião do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), utilizando tijolos ecológicos, em Fortaleza
- Reciclagem, em 15 dias, de todo o entulho da demolição do antigo Hotel Espalanada, na Avenida Beira-Mar, em Fortaleza.
Queda na demanda
O diretor da empresa, Marcos Kaiser, conta que, até 2016, o negócio ia muito bem, mas houve uma queda de demanda por parte de um dos principais clientes, a Prefeitura de Fortaleza. Embora tenha uma capacidade instalada bem maior, atualmente a empresa atua principalmente recebendo entulho e vendendo material para pequenos clientes. “Hoje, 70% dos nossos clientes são pequenas obras e depósitos”, afirma.
“A falta de demanda é tamanha que paramos de anunciar que recebemos entulho porque estamos sem espaço”, completa o gerente administrativo da Usifort Ambiental, Erick Ramos. Diante disso, a empresa, que já chegou a operar com mais de 30 funcionários, hoje emprega apenas 15.
Sem contar com os grandes geradores de entulho, que são as construtoras, o volume atual, em Fortaleza, é de aproximadamente 23 mil toneladas mensais, só nos 45 ecopontos espalhados pela Capital. Segundo o coordenador especial de Limpeza Urbana e Resíduos Sólidos, da Prefeitura de Fortaleza, professor Albert Gradvohl, esse material é utilizado pela concessionária (Ecofor Ambiental), principalmente para compactar o Aterro Metropolitano Oeste (Asmoc), que fica em Caucaia e recebe os resíduos da Capital. “Existem alguma obras de infraestrutura da Prefeitura que também têm utilizado”, acrescenta.
Para ele, que é um pesquisador incansável desta área, esse ainda é um resíduo sólido que precisa ser mais trabalhado. “Em alguns casos, se torna mais caro que o material virgem. Um dos grandes problemas neste segmento é o rejeito. Fazer os geradores segregarem na origem é um problema. Sempre vem sujo, e, para classificar no reciclador, tem que ser cobrada uma taxa”, resume.
Novos projetos
Entre novos projetos da Usifort, estão a construção de muros ecológicos, que levam 15% do cimento que um tradicional levaria, como o de 4,9Km que foi feito na Fazenda Imperial Sol Poente, no caminho da Praia de Icaraí, em Caucaia, na RMF; e o desenvolvimento de uma cada ecológica modular. Esses projetos são da responsabilidade do engenheiro civil Antônio Moura Melo, 69, que foi o responsável técnico pela obra do Hospital Sara Kubitschek de Fortaleza. “A grande vantagem destas construções é não tirar matéria virgem da natureza”, sintetiza.
[small_title title=”Serviços oferecidos”] Execução: demolição, escavação, transporte, terraplanagem e pavimentaçãoVenda: brita, base, subbase, pó de pedra, paralelepípedo, ferragens
Construção: fornece a solução completa para construções de casas e galpões industriais
Locação: escavadeira, pá carregadeira, britadeira