Diário do Clima é nova ferramenta para monitorar ações ambientais nas cidades

Foto sobre ponte asfaltada com calçada do lado esquerdo pavimentada com tijolinhos creme e bodas com faixas que formam quadrados pretas, mureta pintada de azul com balaústres amarelos. À esquerda, um rio, tendo vegetação ao fundo com prédios mais ao fundo de diferentes portes da esquerda para a direita sob céu nublado

Entre as capitais do Nordeste já estão na base de dados João Pessoa, Maceió, Natal, Recife (foto), Salvador e Teresina | Foto: Victor Moura

Os diários oficiais foram criados com a função documentar atos oficiais. Mas ainda estão longe de serem transparentes no quesito acesso. Você atua numa área que requer dados locais? Tem dificuldade de acessá-los?  Uma coalizão entre seis organizações jornalísticas das áreas ambiental e de transparência reúne esforços para lançar o Diário do Clima, pensado a partir de uma tecnologia que funciona como um filtro de informações que saem nos diários oficiais. A plataforma é capaz de garimpar e esmiuçar textos nos diários oficiais dos municípios em busca de projetos e ações que tenham impacto nas questões climáticas, sejam eles positivos ou negativos. 

A tecnologia, que será lançada nesta nesta quinta-feira (31), durante o Coda Amazônia, em Belém (PA) é resultado da parceria entre a Agência Envolverde, #Colabora, Eco Nordeste, InfoAmazonia, ((o))eco e Open Knowledge Brasil (OKBR).

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Levando em conta o difícil acesso aos diários oficiais e o fato de que o Brasil tem 5.570 municípios autônomos que podem agir ou se omitir a respeito da agenda climática e ambiental como um todo, o Diário do Clima compila informações sobre ações em que se implementam políticas que afetam o uso e a ocupação do solo, planos de ação para mitigação e adaptação, redução de emissão de poluentes e preservação da biodiversidade.

O Diário do Clima é uma base de dados para diferentes frentes de produtos, projetos e negócios. Em um cenário de emergência, em que a crise climática é um tema cada vez mais recorrente, jornalistas podem buscar na plataforma informações seguras para suas reportagens; empresários podem se inspirar para oportunidades de serviços, além de que organizações sociais podem se basear em dados do Diário do Clima para construir argumentos em suas mobilizações.

“Trata-se de uma ferramenta super útil para extrair dados climáticos e ambientais em geral de diários oficiais municipais que não ficam disponíveis no Google. Deles é  possível fazer uma variedade de aplicações para governos, sociedade civil, empresas e também para a área de comunicação, de forma a contribuir com democratização do acesso a informações oficiais”, destaca Maristela Crispim, editora-chefe da Agência de Conteúdo Eco Nordeste e diretora executiva do Instituto Eco Nordeste, uma das instituições envolvidas na criação do Diário do Clima

Conectada a uma plataforma de código aberto, o Querido Diário, a ferramenta coleta automaticamente novas edições dos diários oficiais e transforma os documentos em texto pesquisável. Já contém dados de mais de 100 municípios e outros 2 mil já estão mapeados para entrar nas próximas fases do projeto.

Assinantes do Diário do Clima podem se cadastrar para receber alertas por e-mail sempre que algum assunto ou palavra-chave, nos municípios previamente escolhidos aparecerem nos diários oficiais. Pode ser qualquer coisa, desde multas até plantio e corte de árvores.

Além dos dados abertos e da busca textual nos últimos três meses, a plataforma também permite acessar detalhes de CNPJs envolvidos, já que o Diário do Clima está conectado à base de dados abertos da Receita Federal. Se uma empresa for mencionada com uma infração ambiental, por exemplo, a plataforma exibe os detalhes de seu cadastro, como endereço, atividades econômicas e nomes dos seus sócios.

Para ser desenvolvida, a ferramenta contou com o apoio financeiro do Google News Initiative. Agora, para ajudar as organizações a manter o crescimento da ferramenta, o Diário do Clima conta com um sistema de assinaturas que dá acesso a toda a base de dados e outros serviços.

Entre as capitais do Nordeste já estão na base de dados João Pessoa (PB), Maceió (AL), Natal (RN), Recife (PE), Salvador (BA) e Teresina (PI).

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