Alteração pode evitar que rejeitos cheguem ao Rio São Francisco

A lama de minério da barragem do Córrego Feijão – que rompeu no última dia 25 de janeiro em Brumadinho, Minas Gerais – atingiu o Rio Paraopeba e já chegou ao reservatório da Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, distante 300 Km do local do rompimento | Foto: Agência Brasil

O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, afirmou, nesta quinta-feira (21), que o governo pode alterar a operação da Usina Hidrelétrica de Três Marias para tentar impedir que os rejeitos da barragem da Vale atinjam às águas do Rio São Francisco. A lama de minério da barragem do Córrego Feijão – que rompeu no última dia 25 de janeiro em Brumadinho, Minas Gerais – atingiu o Rio Paraopeba e já chegou ao reservatório da Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, distante 300 Km do local do rompimento.

Agora, o governo tenta evitar que a pluma – mistura de rejeitos e água – chegue à Usina de Três Marias, que fica a apenas 5 Km da hidrelétrica de Retiro Baixo e deságua no Rio São Francisco – seguindo o fluxo do Rio Paraopeba. O ministro afirmou que “as operações já foram definidas” tanto na Usina de Retiro Baixo como na de Três Marias para tentar evitar a passagem da lama contaminada. O objetivo do governo é tentar diluir os rejeitos ao máximo para não contaminar o Velho Chico.

No entanto, Canuto afirma que as ações do governo, sozinhas, não garantem que as águas do Velho Chico não sejam contaminadas. “A gente não pode afirmar que não haverá contaminação (do Rio São Francisco) porque isso depende do regime de chuvas e como a pluma vai se comportar ao longo do leito do rio”, ressaltou.

Canuto deu a declaração após participar da comissão externa da Câmara dos Deputados de monitoramento do desastre de Brumadinho. O objetivo é acompanhar as consequências do rompimento da barragem da Vale para amenizá-las. Durante a sessão, o ministro defendeu mudanças na Lei de Segurança de Barragens, a fim de evidenciar com mais clareza quando uma barragem for considerada de risco e punições mais rígidas para as empresas que descumprirem a legislação.

As alterações na Lei de Segurança das Barragens devem ser propostas por meio de Medida Provisória (MP).

Buscas em Brumadinho

Em último balanço divulgado pelo Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, nesta quarta-feira (20), 171 pessoas morreram e 139 continuam desaparecidas após o rompimento da barragem. A maioria das vítimas é de funcionários da Vale.

Com informações da Agência Brasil

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